Escola Brasileira de Psicanálise – Boletim das X Jornadas da Seção SP – Número 03 – setembro de 2021
e-dito
Por Camila Popadiuk (EBP/AMP)
No terceiro número deste Boletim, os leitores encontrarão novos pontos de ancoragem para prosseguir em suas travessais. De início, os flashes da Comissão de orientação lançam rápidos clarões sobre alguns destes pontos: a diferença entre a passagem ao ato e o ato analítico pela perspectiva da subversão do sujeito, o caráter de surpresa da interpretação e sua dimensão temporal e a posição herética do analista sustentado em uma ética que inclui a política.
Flashes da comissão de orientação
Ato analítico e um dizer que subverte o sujeito
Por Fabiola Ramon (EBP/AMP)
A suspensão radical do campo do Outro simbólico, furo radicalmente necessário para que uma passagem ao ato tenha de fato estatuto de ato. Lacan extraiu desse ponto preciso e lógico um princípio fundamental da psicanálise: o ato analítico.
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A interpretação e o tempo
Por Maria Célia Reinaldo Kato (EBP/AMP)
Miller, em A erótica do tempo, faz a seguinte questão: “de que forma a interpretação se inscreve no tempo?” e, responde: “mesmo havendo um status atemporal do inconsciente, a interpretação, por sua vez, é essencialmente temporal.
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Psicanálise, civilização e política
Por Maria Bernadette Soares de Sant’Ana Pitteri (EBP/AMP)
O passe como ato político
Com sua emergência, a psicanálise mudou o mundo; com seu ato, Freud mudou o mundo; com o “ato de fundação”, Lacan mudou os rumos da psicanálise. Lacan funda sua Escola para restaurar o “fio cortante” da verdade de Freud, e foi além, servindo-se do existente para um passo a mais.
Textos Preparatórios
Eixo 3 – Ato analítico e civilização
Fabiola Ramon (EBP/AMP)
Milena Vicari Crastelo (EBP/AMP)
Patricia Badari (EBP/AMP)
O ato de Freud funda a psicanálise e interpreta a civilização, incidindo nos laços e nos modos de gozo. O ato de Lacan funda uma Escola, alicerçada no cartel e no passe, uma resposta lógica à queda do Pai sem ceder ao Pior e à fagocitose do discurso capitalista.
Eixo Temático 4 – Ato analítico e política do sintoma
Cristiana Chacon Gallo (EBP/AMP)
Niraldo de Oliveira Santos (EBP/AMP)
Veridiana Marucio (EBP/AMP)
Em suas famosas conferências 17 e 23 sobre os sintomas, Freud nos diz que o sintoma possui um sentido e este guarda relação com as vivências do enfermo”. Freud evidencia que os sintomas produzem uma nova maneira de satisfação da libido…
Lalíngua e a interpretação na passagem de psicanalisante à psicanalista
Ana Martha Wilson Maia (EBP/AMP)
Quando Lacan introduziu o neologismo lalíngua, ele promoveu um giro em seu ensino que produziu efeitos importantes na clínica. Um deles incide diretamente sobre o conceito de interpretação.
Lacan inventa lalíngua para circunscrever o gozo que fica marcado no corpo a partir do encontro…
O psicanalista (em ato) e os restos sintomáticos
Camila Colás Sabino de Freitas
No argumento para estas Jornadas, Psicanálise em Ato, Luís Fernando Carrijo da Cunha nos lembra, com Lacan, que “a tarefa do psicanalista é a psicanálise e o ato é aquilo mediante o qual o psicanalista se compromete a responder por ela e que não há psicanálise onde não há psicanalista (…) eis porque o ato, em Lacan, ganha a dimensão política”.
O ato retira o envoltório*
Eduardo Suarez (EOL/AMP)
No campo da política, a crise das democracias representativas que, por sua vez, acarreta a crise de autoridade, de credibilidade no sistema democrático e de governabilidade, produz dois efeitos chave para que a psicanálise acompanhe as vicissitudes da civilização e, que concernem, sobretudo, aos regimes identificatórios que surgem como resposta a ela, a saber: os novos populismos e os crescentes movimentos identitários.
Alea jacta est
Rodrigo Camargo (Associado a CLIPP)
O seminário do ato analítico ainda não foi publicado no Brasil dentro da série estabelecida por Jacques-Alain Miller. Encontramos nos Outros Escritos um resumo deste seminário, de número 15, O ato psicanalítico, proferido nos anos de 1967 e 1968. Sabemos que além dele, os três seminários anteriores (12, 13 e 14) também ainda não foram publicados. Há neste hiato de uma série histórica algo que merece nossa atenção.
Eixos Temáticos
A partir do ato, o que o analista institui como experiência analítica? Freud aborda o ato falho enquanto formação do inconsciente. É o que emerge e que ultrapassa o sujeito. Lacan, no Seminário 11, dirá que aí se instaura a dimensão da perda e introduz a concepção de que o inconsciente se manifesta como o que vacila num corte do sujeito. Assim, o importante no ato nesta perspectiva é o que escapa. Como o advento do ato falho dá abertura para o ato do analista?
Orientações para envio de trabalhos
Data limite para envio dos trabalhos: 26 de setembro
Os textos devem ter, no máximo, 6000 caracteres (com referências e espaços), escritos em Times New Roman 12, justificado, espaçamento simples, com notas (referências) no fim de página.
Colocar no Cabeçalho o título do trabalho, o nome do(a) autor(a) e o Eixo Temático no qual o trabalho se insere.
Cartéis
Cartéis em torno das X Jornadas da EBP-SP
Órgão de base da Escola, o dispositivo de cartel é fundamental para manter sua lógica de funcionamento, assim como fazer circular a transferência de trabalho. É também o espaço privilegiado para as produções epistêmicas e que irão contribuir para animar nosso evento.
Para estas X Jornadas da EBP-SP, a diretoria incentiva a formação destes pequenos grupos em torno do tema proposto – Psicanálise em ato –, assim como dos cinco eixos temáticos.
Caixa de entrada
Como alojar de uma boa maneira, por meio de nosso Boletim TRAVESSIAS, uma transferência de trabalho, recortando os ditos espalhados pelas redes? A ideia consiste em abrir um espaço disposto à invenção, de modo a tecer uma expressão de laço entre o Boletim e a comunidade analítica.
Caixa de entrada terá como finalidade garimpar do chat do Zoom, os conteúdos produzidos durante as atividades preparatórias para as X Jornadas da EBP-SP – “Psicanálise em ato”, ali onde a palavra encontrou novas vias de circulação através de um comentário, uma questão sustentada, uma inquietação. Afinal, as palavras seguem sendo o alicerce primordial da invenção de Freud: o inconsciente participa!
Conexões com a cidade
Com o título Conexões com a cidade, esta rubrica é dedicada a trazer para nossos leitores uma amostra da agenda cultural da cidade, curiosidades e a possibilidade de explorar museus, obras temáticas que se destacam por seu caráter único.