Boletim Fora da Série das Jornadas da Seção SP - Número 05 - Novembro de…
Comentário sobre “O Chiste e sua relação com o inconsciente”
Perpétua Medrado (Aderente EBP-SP)
No texto, de 1905, Freud questiona a formação dos sintomas neuróticos e vê nos sonhos, atos falhos e chistes, mecanismos idênticos, estreitando o laço entre o chiste e o inconsciente. Revela interesse no cômico e conceitua o chiste como uma das formações do inconsciente. Traz o exemplo do efeito cômico de ‘Familionário’ em que parte da palavra ‘familiar’ é condensada e desaparece, enquanto a outra se imiscui com a palavra ‘milionário’. O efeito depende da interpretação da palavra sem sentido.
A partir do trabalho de Lipps sobre o cômico e o humor, e do que outros autores falam sobre o chiste, Freud indaga qual é a técnica do chiste. O que faz rir? E encontra: “O chiste diz o que tem a dizer nem sempre em poucas, mas sempre em palavras de menos”[1]. Trata-se da brevidade: “A brevidade é o corpo e a alma do chiste, sua própria essência”[2]. É uma criação repentina: traz a surpresa, surge um sentido novo, e depende do deslizamento de sentido da palavra.
Podemos pensar o chiste como o tratamento subjetivo do nonsense?