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Comentário sobre o escrito “Posição do inconsciente”

Milena Vicari Crastelo (EBP/AMP)

 Posição do inconsciente, texto originado das intervenções no Congresso de Bonneval, porta a marca do corte, o corte do tempo. Da intervenção em 1960, até sua retomada em 64.

Para comentar esta citação, me sirvo do seminário 11, contemporâneo a este escrito, onde Lacan formaliza a articulação do inconsciente freudiano e a pulsão, uma nova aliança entre significante e gozo.

Lacan afirma que o inconsciente não existia antes de Freud, ou seja, o inconsciente é uma invenção freudiana a medida que com sua escuta o formaliza.

Neste momento do inconsciente estruturado como linguagem o sujeito é efeito do encontro de significantes, está no intervalo, nessa fenda entre S1 e S2.

Os fenômenos de “Tropeço, desfalecimento, rachadura”[1] capturam Freud, e é onde buscará o inconsciente. Lacan coloca seu acento na ruptura e na fenda, afirmando que “o inconsciente freudiano […] ele se situa nesse ponto em que, entre a causa e o que ele afeta, há sempre claudicação”[2].

Com a alienação e a separação, Lacan destacará a relação do sujeito do inconsciente e a libido pulsional, falando-nos de uma abertura e fechamento do inconsciente e do seu caráter temporal[3]. Assim, ele “…dá conta da interferência da sexualidade na forma do objeto a. Em outras palavras, a pulsão faz parte do funcionamento pulsante do inconsciente”[4].

Não mais estamos apenas no inconsciente transferencial, neste escrito Lacan percorre o caminho que nos leva ao inconsciente real.


[1] Lacan, J. (1964/2008). O Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., p.32.
[2] idem p. 29.
[3] Bueno. M Laura “Posición del inconsciente y su relación con la pulsión”. Trabajo de final de curso del Seminario del Campo Freudiano de Barcelona, El inconsciente, Otra cosa, Curso 2012-2013. In http://www.scb-icf.net/nodus/contingut/article.php?art=488&rev=59&pub=1
[4] Idem – tradução livre
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