Por Niraldo de Oliveira Santos EBP/AMP “Alguns sendo singulares, se ajuntam, e podem ser colocados…
Editorial Boletim Traços #03
Saindo do forno o terceiro número de Traços, o boletim das IX Jornadas da Escola Brasileira de Psicanálise, São Paulo, que acontecerá em outubro, com a presença de Marie-Hélène Brousse, em torno da Solidão.
São textos epistêmicos que lançam questões para o debate, provocam a reflexão e a investigação em torno de um tema – já que Solidão não é um conceito. Como bem coloca Rodrigo Lyra Carvalho (EBP/AMP), colega da seção Rio de Janeiro: “Tomar um afeto como objeto de pesquisa é algo que a psicanálise faz com prudência”; prudência que nos faz afastar da análise do fenômeno social e tomá-lo do ponto de vista estrutural, como condição mesma do ser. Então, como refletir “Sobre a solidão hiperconectada”? Eis a contribuição de nosso colega carioca.
Do interior de São Paulo, dois textos: Maria Célia Kato (EBP/AMP), da seção São Paulo, aborda a solidão do ato, seu ponto de horror e o desejo do analista. Eduardo Benedicto (EBP/AMP), também da seção São Paulo, por outras veredas, aborda a operação analítica como sendo o “laço entre o UM e sua radical solidão”.
Para concluir o bloco epistêmico, temos a conferência realizada por Clara Maria Holguin (AME NEL- Bogotá/AMP), na seção São Paulo, com o título “Um laço êxtimo: solidão com laço. A propósito do ato analítico e da garantia”. Cuidadoso percurso acerca da paradoxal relação entre o ato – sempre solitário – e a garantia.
Este boletim mostra, através de sua variedade geográfica – Rio, São Paulo, Bogotá – que “os membros de uma Escola que vivem em meios sociais e culturais distintos, um a um, sentem-se formando parte de um conjunto, compartilhando como destino a psicanálise e constituindo um único movimento mundial”. Solidão, um a um, em uma experiência de Escola.
Para animar a escrita de trabalhos para as mesas simultâneas, bem como o trabalho em torno do tema das nossas Jornadas, Daniela Affonso de Camargo (EBP/AMP) propõe as Referências Bibliográficas – lembrando que os trabalhos serão aceitos até 19 de setembro.
E para encerrar com chave de ouro e animar os que estão geograficamente mais distantes, Gabriela Malvezzi do Amaral, na rubrica “Laços em Sampa”, traz o que acontece na cultura desta cidade que não pára, que faz barulho, que inventa modos de tratar a solidão.
Espero que gostem da leitura!