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Proteção da adolescência
Resenha: Roy, Daniel. (déc, 2009) “Protection de l’adolescence”. Mental, Quel avenir pour l’adolescence?, (23): 51-54.
O autor parte da seguinte questão: por que, “no momento em que se apresenta aos sujeitos a questão da escolha quanto ao exercício da sexualidade, quando o corpo e sua responsabilidade social entram em jogo, vemos se impor leis implacáveis que determinam o que o jovem sujeito deve fazer: bater, beber, engravidar, fazer casal etc.?”(p.51)
Desenvolvendo o que Freud nos apresentou como “As metamorfoses da puberdade”, terceiro capítulo de “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, Roy nos convida a ir além da metamorfose anatômica e fisiológica da puberdade e abordar tal questão à luz de Lacan no Seminário “De um discurso que não fosse semblante”. A metamorfose que a puberdade produz é uma nova e radical distinção entre meninos e meninas” (p.52). O que se resumia até então em uma distinção significante, no interior de uma experiência sob a garantia paterna, metamorfoseia-se em “uma diferença difícil de cernir para o sujeito” (p.52), pois o gozo sexual que concernia apenas a seu corpo, se desprende para se colocar na relação entre os dois sexos. Trata-se da entrada em uma dimensão sem garantias e a resposta à questão inicial se organiza em torno do que está em jogo nesse momento.
Segundo o autor, além da autoridade paterna, novas formas de exigências recaem hoje sobre os jovens. São exigências produzidas pelo desenvolvimento da ciência sob a forma de promessas de gozo. Diante da decepção inevitável com a promessa do discurso paterno, os jovens precisam encontrar uma nova saída. Nesse ponto constatamos que ficam a mercê dessas promessas de gozo, sejam impulsionados ao consumismo, sejam como objetos de consumo de um “outro obscuro e ávido” (p.54).
Para Roy, proteger a adolescência é permitir, a um sujeito confrontado com essa dimensão sem garantias, tomar o tempo que lhe for necessário para elaborar suas respostas. A psicanálise permite que, apoiando-se nos recursos de discurso, possam afrouxar as exigências modernas e elaborar saídas singulares.