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Poubellication: 50 anos dos Escritos
Maria Marta Rodrigues Ferreira
Boa leitura é o que temos com a Opção Lacaniana 74 – Especial 50 anos dos Escritos.
Os Escritos, após 50 anos da primeira publicação, em 1966, sob o pensamento lacaniano de que a escrita não deve ser pensada em torno de um ideal, mas a partir do resto, do resíduo, daquilo que cai, decai de uma experiência, de um percurso, podem ser compreendidos como uma operação da dimensão da fala para a dimensão da escrita; afinal, a grande transmissão de Lacan são seus seminários.
Nos Escritos, pode-se ter contato com textos já publicados por Lacan, manuscritos desde textos que sofreram intervenção dele, assim como, manuscritos inéditos que nos remetem à pergunta: Como ler os Escritos? Não há direção ou há múltiplas direções.
Apesar de haver uma cronologia, a implicação de cada leitor dá o tom de sua entrada ao depositar algo de si na trama entre os conceitos lacanianos que dialogam entre si.
Os 27 textos da Opção lacaniana 74, como muito bem adjetivou Maria do Carmo Batista no editorial, inspiração dos AME da EBP, puderam transmitir, sustentados por meio da escrita que é a escrita de Jacques Lacan, os Escritos, resultando nesta coletânea.
O encontro de Lacan com François Wahl, filósofo e editor pela Èditions du Seuil, que além de empreender uma análise com Lacan também se colocou como interlocutor do mesmo, foi peça importante para a produção dos Escritos.
Assim, em novembro de 2016, na Revista Brasileira Internacional de Psicanálise fomos brindados com 27 escritas de AMEs do Brasil inteiro. Rômulo Ferreira da Silva em “Resposta ao comentário…” traça uma direção do termo Verwerfung traduzido por uma não inscrição no simbólico, resultando na “condição primordial para que, do real, alguma coisa venha se oferecer à revelação do ser”. Angelina Harari discorre sobre o recorte encontrado nas “Diretrizes para um Congresso sobre a sexualidade feminina”, em que traz O homem como conector para que a mulher se torne esse Outro para ela mesma, como o é para ele. Maria Cecília Galletti Ferretti, sobre “A ciência e a verdade”, enfatiza uma primeira afirmação de Lacan sobre o sujeito da ciência e o sujeito da psicanálise e destaca que, mais tarde, Lacan afirma que o sujeito sobre o qual operamos em psicanálise só pode ser o sujeito da ciência, ressalvando que, se este é o sujeito para a análise, é porque se trata de subvertê-lo. Sandra Arruda Grostein expõe o convite de Lacan para que todos os psicanalistas se interessassem pelo estudo da magia, desde que não se estabeleça entre a psicanálise e a magia uma “grosseira analogia”. No entanto, este estudo poderia melhor localizar o lugar da psicanálise no campo da ciência. Por fim, Jorge Forbes se remete a seu texto de 1995 para lembrar a importância da interpretação descompleta – um comentário de Lacan.
Essa importante coletânea, Opção Lacaniana 74, no cinquentenário da publicação dos Escritos de Jacques Lacan demonstra desdobramentos de leituras, escritas e retornos ao estilo de Lacan, confirmando o colocar algo de si de cada leitor.
Para atualizar a leitura do Escritos, teremos na Seção – SP as apresentações:
15/3/2017 – 21h00
Local: EBP-SP – Rua João Moura, 627 – mezanino
Mesa Redonda: “Atualizando os Escritos 50 anos depois”
Apresentação:
Maria Cecília Galetti Ferretti, Sandra Arruda Grostein e Jorge Forbes.
Coordenação: Maria do Carmo Dias Batista
29/3/2017 – 21h00
Local: EBP-SP – Rua João Moura, 627 – mezanino
Mesa Redonda: “Atualizando os Escritos 50 anos depois”
Apresentação:
Rômulo Ferreira da Silva e Angelina Harari
Coordenação: Luiz Fernando Carrijo da Cunha