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Nossas construções
Daniel Roy
Diante da adolescência – fato social – e dos adolescentes – jovens meninos e meninas encontrados em nossa prática profissional – somos impelidos a nos colocar a questão formulada por Freud em seu texto «Construções em análise» (1937): «Qual é finalmente a tarefa do analista?».
Faremos nossa a sua resposta – «O analista constrói o que fica esquecido» – e as precisões que ele traz – «é algo de vivo, e não um objeto pré-histórico». Seguiremos seus conselhos: «Estas construções são comunicadas ao paciente», mas «nós não reivindicamos autoridade para essas construções»
Compartilhamos suas hipóteses: o importante, é a atualidade dessas construções e os fragmentos de verdade que elas contêm, «algo que a criança viu ou escutou em uma época em que mal sabia falar».
Assim, partiremos em busca do «núcleo de verdade» contido nos «delírios» adolescentes que tanto preocupam os grandes, para escutar o que fica esquecido naquilo que se diz hoje da adolescência e no que dizem os adolescentes.
Os psicanalistas têm de fato a responsabilidade de comunicar, aos sujeitos que acolhem e também ao social, as construções que eles produzem para tentar cernir o real que as meninas e os meninos enfrentam entre a infância e a adolescência.
Na orientação lacaniana eles dispõem, para isso, de recursos da doutrina apurada por Jacques-Alain Miller na obra de Lacan e conhecem seus desafios: saber fazer aí com seus parceiros no jogo da vida – alienação e separação –, cernir os objetos em causa no seu desejo – a angústia e seus destinos –, fazer-se responsáveis pela contingência dos encontros – o corpo falante e seus gozos.