EDITORIAL
Por Niraldo de Oliveira Santos – EBP/AMP
É com muita alegria que publicamos o Boletim Traços #2. Com esta edição lançaremos a coluna Uns Traços, contendo a produção epistêmica dos colegas da Escola Brasileira de Psicanálise em torno do tema das IX Jornadas da EBP-SP, “Solidão”. O intuito é o de estabelecer um trabalho prévio às Jornadas, fazendo reverberar o que, a partir do Ensino de Freud e de Lacan, nos permitirá um aggiornamento em torno do tema.
UNS TRAÇOS
Solidão, a impossibilidade de fazer dois
Por Lucila Darrigo – EBP/AMP
A ideia deste pequeno texto é levantar alguns pontos a respeito da solidão no ensino de Lacan a partir deste recorte do seminário 20:
“Eu, não é um ser, é um suposto a quem fala. Quem fala só tem a ver com a solidão, no que diz respeito à relação que só posso definir dizendo (…) que ela não se pode escrever. Essa solidão, (..) de ruptura do saber, não somente ela se pode escrever, mas ela é mesmo o que se escreve por excelência, pois ela é o que, de uma ruptura do ser, deixa traço.”
A histeria solitária
Por Kátia Ribeiro Nadeau – Associada da CLIPP
O sintoma histérico tem nos orientado a partir de Freud, que segue no caminho dos traços e das marcas do surgimento do gozo como efeitos da marcas da linguagem no corpo.
Com Lacan, a partir das elaborações em seus últimos seminários, a histeria ganha novos rumos.
Se o sintoma histérico tem seu eixo central ancorado e organizado no amor ao pai, como repensar e atualizar a histeria hoje, orientando-se pelo real?
Construir a solidão?
Por Mônica Bueno de Camargo – EBP/AMP
Na entrevista de Marie-Hélène Brousse a respeito do tema das IX Jornadas da EBP-SP ela nos diz que a solidão é uma ilusão. E acrescenta que para o ser falante, a solidão é um impossível.
Por outro lado, na clínica, é muito comum recebermos pessoas que se queixam de solidão.
A solidão não é algo para eliminar, mas sim para construir! É o que nos diz P. De La Sagna.
Neste aparente paradoxo, como podemos nos localizar em relação à direção do tratamento?
Três mulheres e suas soluções para a solidão
Por Blanca Musachi – EBP/AMP
Duras ensina, no caminho que transita desde um desamparo radical à vida do livro, como a escrita é seu parceiro-sinthoma, que se apresenta como uma solução ao mesmo tempo necessária e difícil de suportar. Então a solidão “se torna trivial, finalmente se transforma em algo vulgar”.
No livro Escrever, desde a primeira página, é recorrente a referência à solidão. A solidão é invasão, é a loucura, é também o álcool, antes de ser a solidão do autor.
LAÇOS EM SAMPA
Por Gabriela Malvezzi – Associada ao Clin-a
A Vila Itororó é a primeira vila urbana de São Paulo, composta por um palacete e mais 37 casas, que começou a ser construída na década de 1920. Está localizada na divisa dos bairros da Liberdade e Bela Vista, na região central da cidade de São Paulo. A vila foi erguida com parte do entulho do Theatro São José – o primeiro da cidade, destruído em um incêndio – e chegou a abrigar a primeira piscina privada de uso público em São Paulo. Seu ecletismo surpreende e já foi definida como uma obra surrealista que não se prende às regras do utilitarismo, nem obedece a estilos determinados.
NORMAS PARA ENVIO DE TRABALHOS
Data limite para envio: 17/09/19
- Os textos devem ter, no máximo, 6000 caracteres (com espaços) e escritos em letra tipo Times New Roman 12. No cabeçalho do texto deve ser indicada a Perspectiva do tema em que se inclui o trabalho.
- Os textos devem ser enviados em formato Word, colocando como assunto: Jornadas EBP-SP 2019 e nome do autor.
- Enviar para: danielacbaffonso@uol.com.br e lmdarrigo@gmail.com.
- O trabalho só será aceito se o autor estiver devidamente inscrito no momento do envio do mesmo.
COMISSÕES ORGANIZADORAS
Diretoria da EBP-SP
Valéria Ferranti
Coordenação Geral das Jornadas
Lucila Darrigo