EDITORIAL
Por Veridiana Marucio
(EBP/AMP)
Espelho da evolução social, a solidão é um tema universal e uma marca na história da humanidade. Idealizada, fantasiada, uma ilusão do ser falante, inspirou e ainda inspira inúmeros trabalhos literários e artísticos, como pudemos acompanhar a elaboração de nossos colegas nos boletins anteriores rumo à IX Jornadas da EBP-SP.
Agora apresento a vocês o boletim Traços número 5! Composto por quatro textos que abordam o tema da Solidão de maneira diversa e que se servem também da literatura e de temas candentes, esta edição nos orienta em direção ao nosso encontro já muito esperado!
UNS TRAÇOS
Recusa do não-lugar: a construção de uma solidão fecunda
Por Bianca Coutinho Dias
(psicanalista e crítica de arte)
Juliano Garcia Pessanha é um escritor à margem de qualquer classificação, que mistura diários, teoria literária, filosofia, poesia e todo o embaraço de uma escrita assombrada. Escreveu livros que são puro desenraizamento, espécie de despertencimento radical, com uma escrita brilhante, feita com o próprio corpo à beira do abismo
Dona Flor, a solidão entre dois
Por Fernanda Otoni Brisset
(EBP/AMP)
Florípedes Vargas fez de “dois mais um” seu sintoma de vida amorosa.
É o que ensina o romance, de Jorge Amado, “Dona Flor e seus dois maridos”, cuja ousadia está em bem dizer como o tumulto da solidão do gozo de uma mulher pode se arranjar com o impossível de um casal, após dois casamentos.
A não-solidão de Bolsonaro
Por Ariel Bogochvol
(EBP/AMP)
Em culto evangélico realizado em 21 de julho na Igreja Sara Nossa Terra, Jair Bolsonaro, chamado para discursar, disse que não sentia a chamada “solidão do poder”, sensação descrita por governantes no exercício de suas funções. Dirigindo-se à plateia de fiéis afirmou: “ouvi dos que me antecederam que logo nas primeiras semanas que assumiram o cargo começaram sentir a solidão no poder”. Diferente dos outros, o exercício do poder não suscitava, em Bolsonaro, solidão.
O campo da transferência hoje
Por Maria Helena Barbosa
(EBP/AMP)
No argumento elaborado para as Jornadas da EBP-SP, Daniela Affonso apresentou uma das perspectivas possíveis do tema na topologia que dá conta da constituição do sujeito – É também da dimensão estrutural da solidão que se trata na própria constituição do sujeito.
Alienação e separação são as duas operações, em relação a dois campos – do sujeito e do Outro, essencialmente envolvidas na constituição subjetiva.
LAÇOS EM SAMPA
Por Gustavo Oliveira Menezes
(Associado ao CLIN-a)
1. Bar Balcão
2. Indicação de leitura: “O coração é um caçador solitário”,
de Carson McCullert