Editorial
Lucila Maiorino Darrigo (EBP/AMP)
Caro leitor,
neste número da CSP online você encontrará um panorama – ao modo de um mosaico – do trabalho que foi realizado durante o primeiro semestre de 2018 na Seção São Paulo.
Foram reunidos seis textos oriundos de três propostas de atividades que tiveram lugar nos últimos meses na Seção.
Cássia Guardado faz “um breve relato de um texto de Freud” sobre “Um tipo especial de escolha de objeto feita pelos homens” onde traz sua contribuição na atividade “Leituras na biblioteca: Freud e o amor”. É sempre revigorante retornar a Freud e, neste caso, cai como uma luva para esquentar os motores da nossa próxima Jornada “Amor e sexo em tempos de (des)conexões”.
Cynthia Freitas Farias e Teresinha N. Meirelles do Prado trazem suas contribuições a partir do trabalho do Conselho da Seção que se propôs trabalhar a questão da “Escola-sujeito” durante este ano. Os textos repercutem as duas atividades do Conselho que funcionaram como conversações e tiveram as duas conselheiras como provocadoras com suas questões.
Carmen Cervelatti, Niraldo de Oliveira Santos e Katia Ribeiro Nadeau fazem, cada um, a resenha dos encontros das Conversações da Orientação Lacaniana que trabalham, durante 2018, o tema Política Lacaniana, a partir de alguns capítulos do Seminário de Miller, “El Banquete de los analistas”.
O entrelaçamento dos temas presentes nos cinco textos é evidente! Surpreendem positivamente os efeitos de trabalhar ao modo de conversação.
Deixo ao leitor a experiência de se deixar envolver pelo clima que cada texto, à sua maneira, transmite de um work in progress nos encontros e os efeitos favorecidos pelos laços de trabalho que a conversação permite.
Para concluir, destaco a referência de Miller que Katia traz em seu texto: a Escola não é uma necessidade e continua a ser uma experiência continuada na contingência. Desta maneira, estes textos testemunham um trabalho de Escola na Seção São Paulo.
Boa leitura!
"Freud e o amor em leituras na biblioteca"
Um breve relato de um texto de Freud¹
Cássia Maria R. Guardado (EBP/AMP)
Freud começa o texto fazendo uma comparação entre a forma como os poetas e a ciência tratam a questão da vida erótica humana. Diz que os poetas percebem os movimentos subjetivos dos demais, como também deixam falar seu próprio inconsciente. Mas, como estão implicados em provocar prazer estético e intelectual, não apresentam a realidade tal como é, isolando alguns fragmentos, excluindo elementos indesejáveis e introduzindo outros, que completam o conjunto, suavizando a aspereza do mesmo.
Escola sujeito
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A Escola e o Coletivo
Cynthia Freitas Farias (EBP/AMP)
Parto da seguinte afirmação de Miller: “A Escola é uma formação coletiva na qual se sabe a verdadeira natureza do coletivo”¹. Ao esclarecer de que se trata a “verdadeira natureza do coletivo”, Miller nos remete à referência que Lacan faz a Freud em “O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada”², interrogando se a solução do novo sofisma que apresenta poderia ser atingida na experiência. O que podemos extrair desse escrito de 1945 para pensarmos hoje o coletivo da Escola?
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O que quer dizer “A Escola como Ideal” para um coletivo de praticantes da psicanálise de Orientação Lacaniana?¹
Teresinha N. Meirelles do Prado (EBP/AMP)
“Fundo – tão sozinho quanto sempre estive em minha relação com a causa psicanalítica – a Escola Francesa de Psicanálise (…)”²
Freud não se propôs a interpretar a sociedade psicanalítica por ele criada (IPA), ao contrário de Lacan em sua relação com a causa analítica, desde o início.
O banquete dos analistas: Conversações da orientação lacaniana
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O ensino da psicanálise e a transferência de trabalho
Carmen Silvia Cervelatti (EBP/AMP)
O ensino da psicanálise se dá pela transferência de trabalho. Este foi o mote da conversação da Orientação Lacaniana¹ que aconteceu no dia 23 de maio na Seção São Paulo. Ao fim do trabalho de transferência analítica, do saber suposto, haveria um resto que deve ser dirigido para algum lugar, e a transferência de trabalho seria aquilo que se endereça à Escola com o final de uma análise, sustentada por um desejo de saber. Este é um dos destinos possíveis.
“O banquete dos analistas” na EBP – Seção SP
Kátia Ribeiro Nadeau
Na noite de 13/6/2018, com coordenação de Carmen Cervelatti e Luiz Fernando Carrijo, aconteceu na EBP – Seção SP um debate no modelo conversação que percorreu os capítulos XI (Do Ato a proposição), XII (A Escola de Lacan) e XIII (O paradoxo da garantia) do livro “El banquete de los analistas” de J.-A. Miller. Animaram o debate, a partir de questões sustentadas, Rômulo F. da Silva, Veridiana Maruccio e Ariel Bogochvol.
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Conversação da Orientação Lacaniana – EBP – Seção SP
Niraldo de Oliveira Santos
“Como se articulam as três ordens de relação que um analista mantém: com seus analisantes, com a psicanálise e com os analistas?”. Esta é uma das perguntas que moveram Jacques-Alain Miller em seu Curso “O banquete dos analistas”, proferido em 1989-1990. A Seção São Paulo da Escola Brasileira de Psicanálise, atenta às questões atuais, convida seus membros para a conversação em torno deste Curso, não sem deixar as portas abertas para os analisantes e demais interessados no Ensino de Lacan.
acesse: http://ebp.org.br/sp/jornadas/viii-jornadas/boletim-viii-jornadas/
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