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28/11, às 9h

Roda de conversa:”Exílio, exílios: abertura a encontros possíveis”

Cartel composto por: Ângela Negreiros, Angélica Bastos (mais um), Eliana Bentes, Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros, Ruth Cohen, Sarita Gelbert

Como um psicanalista pode participar e em quê pode contribuir para o debate sobre o movimento de exílio dentro da cidade, cada vez mais subdividida por muros invisíveis entre grupos e subgrupos em exclusão mútua? Em busca de pontos de convergência que levem à conversação, abordamos o exílio a partir do inconsciente, desdobrando o exílio estrutural nas formas contingentes assumidas na trajetória de cada um. O ser falante não é uma abstração desconectada do corpo, nem uma mera cifra nas estatísticas de mercado. Como, então, estar em movimento, deslocar-se, circular sem ficar à deriva?  Para que a experiência do exílio não se reduza ou não se transforme em morte subjetiva, é preciso dela extrair a margem a partir da qual é possível construir uma saída singular e restituir a dignidade ao sujeito.

Interessa-nos discutir como a experiência do inconsciente em análise oferece recursos para lidar com os impasses subjetivos decorrentes das contingências que ativam o exílio estrutural, inevitável a todo ser falante. Para fazer barreira à cruel escalada segregativa de nosso tempo, faz-se necessária uma aposta no sintoma orientado pelas coordenadas inconscientes próprias a cada um. Visamos aos indicadores dessa possibilidade na experiência do feminino, quando uma mulher consente em ser sintoma de um outro corpo. Também temos algo a recolher com as crianças segregadas ou caídas como resto, que, a partir de uma brecha para a fala, apostam no trabalho de construção de uma malha simbólico-imaginária. Na pena de um escritor, o exilio do ser falante se transforma em arte. Se o poeta é o ser falante, o poema se chama sujeito. Como se deixar guiar pelas travessias e transmitir algo dos encontros que dão forma e respondem aos exílios?

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