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Ecos do IX ENAPOL Por Glória Maron

Quando vou a um dos eventos do Campo Freudiano e/ou AMP, ao terminar sempre me pergunto como cheguei e o que trago comigo, quando volto à minha prática do dia a dia e ao trabalho institucional do ICP e EBP.

Não foi diferente em relação ao IX ENAPOL.

Destaco alguns pontos:

– o IX Enapol reuniu a comunidade analítica da EBP, EOL e NEL, que através de seus membros, convocados a responder aos desafios que constituem para a psicanálise esses três afetos – ódio, cólera e indignação – responderam à altura a proposta lançada.

– o tema escolhido, – ódio, cólera, indignação, desafios para a psicanálise – que, por sua conexão à atualidade, produziu uma gama de atividades preparatórias, colocando em marcha, um trabalho  intenso de elaborações prévias, que certamente contribuíram para a realização de um evento em que experimentamos a força e o vivo da orientação lacaniana. Mais ainda, essa vitalidade se renova a cada vez, quando nos deparamos com relatos e depoimentos no decorrer do IX Enapol, em que a enunciação de seus autores causaram um movimento de relançamento ou inovação de questões que impulsionam o trabalho epistêmico, clínico e político.

– a orientação lacaniana incidindo nos trabalhos apresentados nas atividades programadas – plenárias, ensino do passe, e múltiplas mesas simultâneas, enlaçando a psicanálise em intensão e psicanálise e extensão, merece um destaque especial.

– A Conversação de Política Lacaniana, experiência Zadig – momento AMP no IX Enapol – que deixou acesa a chama do que para mim é uma questão: podemos falar de uma posição da psicanálise de orientação lacaniana a partir da participação de analistas nos debates e fóruns Zadig sobre a macro e micro politica instaurada nos diferentes países latinos, em particular o Brasil?  Como esses fóruns e seus resultados ressoam e tem tocado os analistas que fazem parte da comunidade de trabalho da AMP? Resposta que cabe a cada um responder e para mim, particularmente, renova o legado lacaniano que conserva uma dimensão de enigma: o inconsciente é a política.

– as plenárias que trouxeram testemunhos do passe, com destaque para um dos convidados das próximas Jornadas da EBP-RJ, Alejandro Reinoso, que transmitiu com rigor e sensibilidade o destino da indignação no passe e no ultrapasse, deixando-nos com um “gostinho de quero mais” quando anunciou que deixaria para um próxima vez abordar o gozo feminino (no México) e a “próxima vez” que nos toca particularmente, quando virá ao Rio de Janeiro, fazer um testemunho nas XXVI Jornadas da EBP-RJ, A vida (não) é um sonho, nos dias 29 e 30 de novembro.

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