Em um cenário de perdas e desamparo, a psicanálise revela-se uma trincheira contra a pulsão…
Uma partida acaba, mas o jogo continua!
Ruth Helena Pinto Cohen
“O discurso do analista não é nada mais que a lógica da ação”[i]
Agradeço a oportunidade de, no momento de conclusão do excelente trabalho realizado pela diretoria de Andrea Reis, Renata Martinez, Ana Tereza Groisman, Andrea Vilanova e respectivas equipes, registrar a experiência que tive e o enorme aprendizado sobre o funcionamento de Escola, proporcionado durante o período em que pude acompanhar o dia a dia dos trabalhos na Seção Rio. Como acontecimento, que deixou marcas na minha formação, tive também a oportunidade de participar da inédita forma de organização da XXVII jornada da EBP-RIO e do ICP Exílios: sinthoma, corpo e território, que trouxe um novo modo de saber fazer com esse real que se impôs, e nos colocou sob a égide de uma escolha forçada, a Covid 19.
Continuamos navegando pelo espaço virtual e nosso corpo vai experimentando uma nova consistência imaginária nessa Odisseia contemporânea. Os desafios não cessam, provocando mutações no funcionamento da Escola, a partir da ruptura no automatom, das atividades desenvolvidas até o ano de 2020. Em 2021, o que se delineia no horizonte brasileiro e, consequentemente, na Seção Rio, nos afeta, mas não nos coloca impotentes, já que insistiremos em manter, apesar do confinamento de corpos, uma aposta na disseminação do vírus psicanalítico.
O dispositivo da permutação, como um dos pilares de sustentação do coletivo no conjunto Seção/EBP/AMP, possibilita que se produza a cada mudança, um novo modo de enfrentamento do Real que perpassa a formação do psicanalista, assim como o coloca incluído na psicanálise, como nos lembra Miller[ii], quando indica que um psicanalista reside e está imerso nela. Desta forma, no devir de uma nova gestão, o que advirá é a continuação do trabalho, como uma forma de resistência, que ex-siste ao real, seja ele pandêmico ou não.
Para finalizar esse breve depoimento, gostaria de anunciar que o próximo Boletim Letrear, trará a proposta da nova diretoria, que será apresentada na Assembleia do dia 5 de abril, assim como as ementas dos seminários, que nos orientarão no que privilegiamos orbitar: a formação do analista.
Agradeço também, as colegas que comigo comporão a Diretoria: Cristina Frederico que coordenará a Secretaria e Finanças, Ana Beatriz Freire, que se responsabilizará pelas atividades da Biblioteca e Maricia Ciscato pelos Carteis e intercâmbio da EBP-Rio. Agradeço também à Francisca Menta que junto à Secretaria, coordenará o importante trabalho da comissão de divulgação, mídias e audiovisual da Seção Rio e Natalina, que como sempre, continuará sendo o fio de ligação, nas permutações.