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LANÇAMENTO DAS XXVIII JORNADAS DA EBP-RIO E ICP/RJ OS NOMES DA VIDA, marcas da pandemia

Por Maria Inês Lamy 

Agradeço a Ruth Cohen e à diretoria da EBP-Rio o convite para coordenar a Comissão Científica junto com Adriano Aguiar, parceiro nessa empreitada. Agradeço também a Fatima Pinheiro, coordenadora geral das Jornadas, e a todas as comissões. Por fim, sou grata às colegas da Comissão Científica, pela disponibilidade e ótimas ideias – Andrea Vilanova, Angélica Bastos, Cristina Duba e Heloísa Caldas.

A conversa nos corredores, o comentário divertido com o colega, os encontros inesperados, o cafezinho – nada disso teremos nas nossas Jornadas. Mais uma vez… A franja da vida, pequenos detalhes que restam das obrigações e da assepsia com álcool em gel – como isso faz falta!

Um ano e meio de vida dura: perdas, medo de adoecer, medo de perder pessoas. E num país que, de repente, se torna um dos piores lugares do mundo, já que o governo  coloca em risco a vida do povo, a terra, as florestas. A devastação avança, não só sobre o solo e as riquezas naturais, mas também sobre a ‘selva’ de onde viemos, com sua diversidade de etnias, religiões e culturas.

Diante de tantas perdas, ameaças e perigos, qual a saída? Caminhos vão ter que ser inventados. Qual o nome da vida para cada um? O nome surge a partir do impossível de se dizer, quando consentimos que há algo intransponível.

Tal como o país que, a partir de seu nome original, Pindorama (Terra das Palmeiras), já se chamou Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz e, abandonando as referências religiosas, recebeu o nome de uma árvore, agora em extinção, resta-nos inventar a partir das marcas de uma raiz perdida. País plural que, desde sua origem, acolhe respostas diversas. Mais além das diferentes etnias e culturas, cabe à psicanálise a escuta da invenção singular de cada um e de cada uma.

Em uma recente Noite da Biblioteca da EBP-Rio, o poeta Armando Freitas Filho disse  que fazer poesia é ‘uma pedreira, uma pedraria’. Talvez esse seja um trajeto possível: da pedreira à pedraria. Pérolas podem surgir daí mas também cacos mal lapidados, restos fecundos. Nas XXVIII Jornadas propomos pensar as trilhas que cada um inventou diante das perdas e das pedras no meio do caminho. E, quem sabe, consigamos delinear as marcas da pandemia.

Agradecemos muito a Fabián Naparstek, estrangeiro e íntimo da Seção Rio, que certamente vai nos ajudar a lançar as bases do nosso caminho, indicando balizas que guiem nossa travessia.

E convidamos vocês a se juntarem a nós nessa caminhada, ou melhor, nessas Jornadas!

Obrigada.

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