
nº1
EDITORIAL
Equipe do Boletim P U L S a R
Diego Cervelin (EBP / AMP) e Valéria Beatriz Araujo – Editores
Fernanda Batista e Priscila de Sá Santos
“A gente escreve o que ouve – nunca o que houve”
Oswald de Andrade
Um boletim de jornada constitui um espaço que se perfaz enquanto percurso, meio do caminho e meio de um caminho. É algo ainda aberto, mas que nem por isso permanece de todo desorientado. Longe disso, pode-se sustentar que, por um lado, ele comporta uma série de questionamentos que deverão ser minimamente respondidos a fim de concretizar uma jornada; por outro, ele delineia até mesmo uma sucessão de perguntas que – por que não? – talvez acabem por se desdobrar em outras jornadas, sejam elas mais ou menos particulares. Este boletim, P U L S a R, se inscreve justamente aí, considerando inclusive que o próprio título da VI Jornada da EBP – Seção Sul carrega uma indagação – “cadê o gozo?” –, na medida em que volta suas atenções para as possibilidades e para os modos de “operar sobre o que é mais próprio de cada um”.
Abertura da VIª Jornada EBP – Seção Sul
Cadê o gozo?
Leonardo Scofield (EBP / AMP)
Diretor Geral da EBP – Seção Sul
No ano passado, recebemos Graciela Brodsky para nossa Jornada, e o trabalho se concluiu — pelo menos para mim — com o melhor que se pode obter: o desejo de seguir trabalhando. Ao fim da Jornada, já em festa, nos interrogávamos sobre em que direção deveríamos seguir.
“Em direção ao gozo opaco”, disse Graciela.
E, com esse eco do gozo opaco, nos colocamos ao trabalho.
Ainda nos bastidores do ano passado, Marcia Stival coordenou uma mesa de forma ímpar. Ela se dedicou a tornar mais vivo o ponto central dos trabalhos compartilhados pelos colegas…
Argumento para a VI Jornada da Seção Sul
Cadê o gozo?
O que diz a época e a clínica
Marcia Stival (EBP / AMP)
Coordenadora da VI Jornada da EBP – Seção Sul
O título construído para a VI Jornada da Seção Sul, “Cadê o gozo? O que diz a época e a clínica”, traz uma questão que nos aproxima dos ditos que recolhemos em supervisões de casos que circulam entre os praticantes da psicanálise. Como numa busca para operar sobre o que é mais próprio de cada um, emaranhado nos ditos e nas atuações, surge: Cadê o gozo? E, a fim de orientar a questão, propusemos um subtítulo: O que diz a época e a clínica.
Como um modo de instigar a pesquisa e a elaboração de textos, delineando por onde caminharemos, vamos nos centrar no que recolhemos da época e no que a clínica psicanalítica nos leva a considerar sobre a inscrição da linguagem nos corpos.
Osso 1
Mariana Zelis (EBP / AMP)
Foi lançado o argumento para a VI Jornada da Seção Sul: Cadê o gozo? O que diz a época e a clínica, apresentado por Márcia Stival. A pergunta, em seu contexto clínico e político, orientará nosso trabalho de pesquisa e abriu uma rica discussão na primeira preparatória realizada.
Se esta pergunta pressupõe um lugar, que lugar seria para o gozo? Ou melhor, de que lugar falamos?
O argumento desdobra várias linhas de pesquisa, pinçarei três.
A partir dos discursos como lugares e funções nos quais, segundo o argumento…
Osso 2
Flávia Cêra (EBP / AMP)
Cadê o gozo? Esse é o convite à investigação que a EBP-Seção Sul lançou para este ano. Marcia Stival compartilhou conosco os caminhos que percorreu no seu argumento que nos lançou a uma proveitosa conversa no lançamento da VI Jornada. Deixo aqui as notas do que seguiu comigo perguntando, ressoando, avançando. Nos perguntamos sobre a localização do gozo não porque ele se esconde, ele desfila na fala, nas repetições, nas queixas, ele está infiltrado na linguagem que é, justamente, como o inconsciente se estrutura. Mas o que é difícil de apreender nele?
Referências e citações – 1
Neste primeiro aporte da Comissão de Referências à VI Jornada da Seção Sul daremos destaques às citações de alguns autores que foram lembrados no debate na Atividade de Abertura da Jornada.
E também, como não faltaram adjetivações para o gozo nessa primeira atividade: Gozo obscuro, gozo singular, gozo fálico, gozo do Um, gozo do blá-blá-blá, gozo do Ⱥ (Outro barrado) e gozo do sentido, estamos indicando, como leitura inicial, o texto “Os Seis Paradigmas do Gozo” de Jacques-Alain Miller.
