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Com quantos elementos se faz uma invenção?¨

Marcus André Vieira

Há momentos em que, abandonados de toda teoria, de toda poesia, esfaceladas humanidades, direitos, causas, acossa-nos a necessidade de inventar.

Inventar, hoje, parece vital. Só usarei, porém, o termo no sentido mais restrito que lhe dá J. A. Miller para se referir às invenções àquela condição que se costuma chamar de esquizofrenia. Partindo desse contexto bem concreto, acredito que possamos fazer da invenção uma ferramenta mais que um vago anseio.

Miller retoma o termo a partir de sua leitura de uma passagem de Lacan, em “O aturdito”, quando caracteriza a esquizofrenia como um modo radical de exílio da linguagem comum.3 A experiência corporal de base é de pura fragmentação e não há como contar com nada do que a comunidade linguística (qualquer discurso estabelecido) oferece como meio comum para se constituir algum corpo ou subjetividade. É preciso fazer sua própria construção para estabilizar um “si-mesmo” corporal e um lugar em um discurso. A isso chamaremos de invenção.

Ficções e real na psicanálise e na cultura: do ser à ex-sistência

Fabián Fajnwaks. Membro da EOL, da ECF e da AMP

Falar sobre o que não existe: o analisando não faz nada além disso, por vezes, durante longos anos de análise. Que os unicórnios existem, que no Universo há círculos que são quadrados e que 2+2 pode ser igual a 5. É exatamente isso que pode levar alguém a consultar um analista. Que tais coisas “vistas e ouvidas”, como escreveu Freud, possam constituir a origem do trauma; que o analisando suponha a existência de um Outro, um Outro mau que deseja sua castração ou que quer gozar dele ou dela; que os homens ou as mulheres têm tal ou tal característica que impede ou dificulta abordá-los – são essas coisas que se estruturam a partir da fantasia fundamental e sobre as quais se sustentam os sintomas.

O mistério do corpo falante

Elisa Alvarenga (AME EBP-AMP)

 Agradeço o convite de Nohemí Brown e dos colegas da Seção Sul para participar deste Seminário Preparatório em direção à II Jornada de vocês, sobre um tema tão pertinente e atual. Nohemí me pediu que abordasse o quarto eixo, “Qual o estatuto do que faz falar?”. Retomando o argumento e a proposta deste eixo, pensei que poderia trazer-lhes algo que estou trabalhando no Seminário 20, fato este que me levou a um retorno, inicialmente, ao Seminário 19, para aproximar a questão do ser e da existência abordados por Lacan através dos aforismos “não há relação sexual” e “Há Um”. Minha primeira hipótese então é: o que faz falar tem a ver com o encontro do significante com o corpo, furando o corpo e produzindo marcas de gozo. Não sabemos por que, no banho de lalíngua em que nasce um falasser, um significante marca o corpo de maneira privilegiada, introduzindo o inconsciente no corpo do ser falante. Assim, como diz Lacan no Seminário 20, “o real é o mistério do corpo falante, é o mistério do inconsciente”.

Sobre grupos

Romildo do Rêgo Barros (AME, EBP/AMP)

De onde podemos partir para falar de grupo? Qualquer ideia de grupo em psicanálise é devedora, caudatária, da ideia de que o sujeito encerra em si uma alteridade. Cada sujeito, em certo sentido, é Outro dele mesmo, tendo uma abertura para o exterior que faz com que não exista sozinho. Homem algum é uma ilha, como dizia o título do livro de Thomas Merton.

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