skip to Main Content

#07 – outubro 2021
Mariana Zelis(EBP/AMP) – Coordenadora da Comissão de Divulgação

Há um passo da nossa 2a Jornada da EBP Seção Sul: Falar sobre o que não existe, do gozo do sentido às bricolagens possíveis, lançamos Bricolagens 7 , de certa maneira um momento de concluir, para poder lançar ao trabalho, a partir de próxima sexta feira, as  bricolagens clinicas e teóricas recolhidas e produzidas neste percurso. Mas ainda um passo a mais, até nosso encontro datado. Neste último boletim reunimos os trabalhos das últimas duas atividades preparatórias. Uma delas sobre o eixo 2:  A verdade não existe. Qual lugar para a democracia? Nosso convidado Romildo do Rêgo Barros (Diretor da EBP, AME, EBP/AMP) apresentou suas instigantes elaborações a partir da questão “Será que a democracia é a verdade da política”? Na segunda preparatória, que abordou a temática do eixo 1: Bricolagens: o fazer singular com os restos ao longo de uma análise? Marcus André Vieira (AME,EBP/AMP) trabalhou a pergunta, “Com quantos elementos se faz uma invenção?” precisando aspectos teóricos e clínicos orientadores respeito do estatuto de uma bricolagem para a psicanálise.

Na coluna Rebotalhos as ressonâncias e enriquecedoras elaborações de Fernanda Baptista a partir de A dessemelhança entre os iguais: psicanálise e democracia e de Fátima Fonseca (EBP/AMP)  trazendo os pontos fundamentais entre “Bricolagem e invenções”.

Contamos também com duas valiosas e preciosas entrevistas: uma delas realizada com Antonio Teixeira ( EBP/AMP) sobre seu texto “A aura da gambiarra” e a segunda delas com Sabrina Sedlmayer também conversando sobre o tema da gambiarra.

Antecipando a Mesa do Passe, Tânia Abreu compartilha umas palavras sobre seu testemunho de Passe a partir dos restos inelimináveis da sua experiência de análise.

Nas Referências Bibliográficas, parágrafos do curso de Miller, Laurent,  El Otro que no existe y sus comités de ética, os quais situam a estrutura ficcional do Outro.

A seguir, em Fragmentos Outros, um belo poema de Cinthia Busato ( EBP/AMP), transmitindo a força dos afetos nas palavras.

Por último meus agradecimentos pelo prazeroso trabalho entre vários: às colegas da Comissão de Divulgação, Adriana Rodrigues, Juliana Rego Silva e Licene Garcia; à Nohemí Brown Diretora da 2ª Jornada, a Louise Lhullier nossa Diretora da Seção Sul, e a cada um dos leitores que acompanharam e participaram de cada passo desta jornada até a nossa 2ª Jornada da Seção Sul.

ATIVIDADE PREPARATÓRIA SOBRE – Eixo 2 – A verdade não existe. Qual lugar para a democracia?

“Será que a democracia é a verdade da política”?

Romildo do Rêgo Barros (Diretor da EBP, AME, EBP/AMP)

 

Image

REBOTALHOS ONZE

A dessemelhança entre os iguais: psicanálise e democracia

Fernanda Baptista

Fundado numa questão que subverte, ou dá uma volta a mais na temática do segundo Eixo da Jornada, que tem por título: A verdade não existe. Qual o lugar da democracia?, Romildo, cuja fala nomeou Será que a democracia é a verdade da política”?, parte da idéia de que a verdade existe e pode ser absoluta. Sem intenção de responder à sua questão, propõe um caminho a pensar a relação entre democracia e psicanálise.

ATIVIDADE PREPARATÓRIA SOBRE Eixo 1 – Bricolagens: o fazer singular com os restos ao longo de uma análise?

“Com quantos elementos se faz uma invenção?”

 Marcus André Vieira (AME,EBP/AMP)

Image

Image

REBOTALHOS DOZE

Bricolagem e invenções.

Fátima Fonseca (EBP/AMP)

A partir de sua experiência, no Instituto Pinel do Rio de Janeiro, com a discussão e supervisão de casos de pacientes atendidos em CAPS – Centros de Atendimento Psicossocial – Marcus André Vieira nos apresenta uma elaboração, que aproxima a invenção psicótica da invenção de um falasser no final de análise.

Nessa aproximação, traz a bricolagem, apoiando-se no conceito, já formulado por Claude Lévi-Strauss no seu livro O Pensamento Selvagem1, onde se define uma bricolagem como: fazer de objetos pré-existentes um novo arranjo, tais elementos se articulam e alcançam um novo uso, fora de sua função original.

Retoma a fala de Miller em Invenções Psicóticas2uma invenção é uma bricolagem para fundamentar sua hipótese. Tal como na invenção psicótica, no final de uma análise cada pedaço pré-existente dessa bricolagem seria uma cena fundamental, que foi sendo decantada no percurso da análise tornando-se um significante, portanto um rearranjo. Restos esvaziados de sentido perdendo o valor de gozo.

[1]CLAUDE, Lévi-Straus. A lógica das classificações totêmicas in “O Pensamento Selvagem”. Campinas, SP : Papirus, 1989
[2] MILLER, J.A. “Invenções Psicóticas”. Opção Lacaniana n. 36, 2003, p.6
TEXTO “Com quantos elementos se faz uma invenção?” ? Marcus André Vieira (AME,EBP/AMP)
incluir o link do texto de Marcus que já está no site: https://ebp.org.br/sul/com-quantos-elementos-se-faz-uma-invencao%c2%a8/

ENTREVISTA COM ANTONIO TEIXEIRA (EBP/AMP) para a 2ª Jornada da Seção Sul: “Falar do que não existe: Do gozo do sentido às bricolagens possíveis”

Flávia Cêra (EBP/AMP) e Valéria Beatriz Araujo

Nesta entrevista, conversamos com Antonio Teixeira sobre seu texto “A aura da gambiarra”, o qual se articula com o tema da II Jornada da Seção Sul: “Falar do que não existe: do gozo do sentido às bricolagens possíveis”. Neste texto, Antonio traz como tema central a invenção, propondo a gambiarra como um caso particular de invenção marcada pela precariedade, considerando, dessa forma, uma leitura não idealizada do que Lacan formula como invenção acerca do destino dado ao sintoma, importando mais a invenção de algo por meio do qual a pulsão se satisfaça… O saber se virar com o sintoma… Uma tradução precária da expressão lacaniana “savoir y faire”, como Antonio aponta, evocando uma dimensão do uso como essencial. Neste sentido, ele aproxima gambiarra e invenção.

Image
Edição: Valéria Beatriz Araújo e Bruno Senna

Texto: A AURA DA GAMBIARRA  por Antonio Teixeira

ENTREVISTA COM Sabrina Sedlmayer – Sobre a Gambiarra

Flávia Cêra (EBP/AMP) e Nohemí Brown (EBP/AMP)

Sabrina Sedlmayer é pesquisadora e professora na Faculdade de Letras da UFMG, e suas pesquisas situam-se no campo da literatura comparada, com ênfase nas literaturas e culturas de língua portuguesa. Atua principalmente na linha de Políticas do Contemporâneo, na interface literatura e filosofia. Para a II Jornada da Seção Sul, Sabrina aceitou generosamente o convite para uma entrevista preciosa, transmitindo, em sua fala, questões relevantes sobre o tema da gambiarra. Segue alguns fragmentos desta valiosa contribuição.

Image
Edição: Valéria Beatriz Araújo e Bruno Senna

MESA DO PASSE

Tânia Abreu (AE 2020-2023, EBP/AMP)
Artista: Jorge Barrão

Sabrina Sedlmayer é pesquisadora e professora na Faculdade de Letras da UFMG, e suas pesquisas situam-se no campo da literatura comparada, com ênfase nas literaturas e culturas de língua portuguesa. Atua principalmente na linha de Políticas do Contemporâneo, na interface literatura e filosofia. Para a II Jornada da Seção Sul, Sabrina aceitou generosamente o convite para uma entrevista preciosa, transmitindo, em sua fala, questões relevantes sobre o tema da gambiarra. Segue alguns fragmentos desta valiosa contribuição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Pela Comissão de Referências Bibliográficas: Fernanda Baptista, Flávia Cêra (EBP/AMP), Gustavo Ramos, Licene Garcia, Valesca Miranda Lopes, Teresa Pavone (EBP/AMP) (coordenadora)

MILLER, Jacques-Alain; LAURENT, Éric. El Otro que no existe y sus comités de ética. Trad. de Nora A. González. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Paidós, 2013.

“Las mujeres son más sensibles al significante del Otro que no existe y sus intereses social es son más débiles cuando se trata del ideal, con el cual tienen menos relación que e lhombre. Las mujeres tienen una relación muy particular conel significante del Otro que no existe, que es un modo de inscripción en el Otro de lo que queda cuando no hay ideal, que las hace quizá más sensibles al estado actual del Otro.” (p. 108)

“La estructura ficcional del Otro está patente también en la invención de Lacan del sujeto supuesto saber – que es exactamente el Otro en tanto estructura de ficción – y enlareducción de La/ mujer a dicha estructura, que ilustró Éric Laurent. En otras palabras, lo que está en juego en la inexistencia del Otro es sureducción al semblante. El Otro, del que decimos que no existe (se habla tanto más de él cuanto que no existe), no es del orden de lo real.” (p. 115)

FRAGMENTOS OUTROS

Cinthia Busato (EBP/AMP)

Vocifero aos mil ventos
oráculos cruéis recito
tarasco mundo ao redor
as palavras são trampolins em rochedos ásperos e mortais
eu do tamanho do mundo estanco
frente ao minúsculo sol em fogo
que vem me esfriar.
Um copo de chuva no temporal

Diretora EBP Seção Sul: Louise Lhullier (EBP/AMP).
Diretora 2ª Jornada: Nohemí Brown (EBP/AMP)
Comissão do Boletim: Mariana Zelis (EBP/AMP) – coordenadora, Adriana Rodrigues (EBP/AMP) ,
Juliana Rego Silva e Licene Garcia.
Designer: Bruno Senna

Back To Top