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SEMINÁRIO POR CONTA E RISCO “REVIRAMENTOS TOPOLÓGICOS E POLÍTICA DO SINTOMA NA CLÍNICA LACANIANA”

Gustavo Ramos (EBP/AMP)
Liège Goulart (EBP/AMP)
Eneida Medeiros (EBP/AMP)
Arte: Jaider Esbell

“Nossos significantes são sempre recebidos. Por que não se inventaria um significante novo?”, pergunta Lacan. Desde o início do seminário XXIV, L’insu-que-sait de l’une bévue s’aile à mourre, somos mergulhados na função do equívoco para indicar que o inconsciente está habitado, tanto pelo saber, quanto pelo que faz lapso. A própria estrutura do inconsciente só opera pelos efeitos de equívoco do significante, levando-nos a afirmar que não existe o inconsciente, a menos que cometamos um equívoco.

Esse  seminário, uma das últimas elaborações de Lacan, carrega a marca do real como ausência de sentido e questiona, inclusive, o que podemos pensar da eficácia da psicanálise.

O inconsciente então opera assim, pelos efeitos de significante, mas, no caminho inverso, a análise opera forjando esses significantes, desbastando-os, desgastando-os, tornando-os tão mais débeis do que já são, até que o saber que aí se articulou e o sentido que daí se produziu  se descolem, fazendo com que esses significantes funcionem de outra forma. Para além do sentido, aparece neles apenas sua função de uso, que é o princípio da equivocação e do chiste. Se enuncio um significante e acabo fazendo outra leitura que não aquela que enunciei e signifiquei, estão abertas as portas para o surgimento ou a invenção de um significante novo, que não faça outra coisa senão produzir um efeito. E temos visto que ele produz! Essa é a resposta que Lacan dá para a pergunta pela eficácia da psicanálise: um significante novo.

Continuamos nossa pesquisa em torno desse instigante seminário e naquilo que mais ele nos convoca: a riqueza da função do equívoco na fala.

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