#05 - Outubro 2022
Escansão
Gustavo Ramos da Silva
Participante da Comissão de Referências Bibliográficas
Este ano a Comissão de Referências Bibliográficas da 3a Jornada da EBP Sul tomou o texto Ler um sintoma de Jacques-Alain Miller como norteador de seu trabalho de pesquisa. Nele encontramos a seguinte passagem “Ler um sintoma vai no oposto, quer dizer, consiste em privar o sintoma de sentido. Por isso Lacan substitui o aparato de interpretar de Freud – que Lacan mesmo havia formalizado, havia esclarecido, quer dizer, o ternário edípico – por um ternário que não produz sentido, o do Real, do Simbólico e do Imaginário. Mas, ao deslocar a interpretação do quadro edípico em direção ao quadro borromeano, é o funcionamento mesmo da interpretação que muda e passa da escuta do sentido à leitura do fora de sentido.” (sem paginação)
É a partir desse trecho que iremos lapidar e destrinchar cada parte com algumas referências em Freud, Lacan, Miller, Laurent e outros psicanalistas do campo freudiano.
Sendo assim, iremos escandir as palavras e apresentar bibliografias em torno destas três escansões:
A primeira escansão: “Ler um sintoma vai no oposto, quer dizer, consiste em privar o sintoma de sentido”.
O que é o sentido no sintoma? Para depois ele ser privado de sentido? Qual o estatuto da escuta do sentido no sentido e o que acontece com a escuta quando isso não ocorre?
A segunda escansão: “Por isso Lacan substitui o aparato de interpretar de Freud – que Lacan mesmo havia formalizado, havia esclarecido, quer dizer, o ternário edípico – por um ternário que não produz sentido, o do Real, do Simbólico e do Imaginário.”
Qual é o aparato da interpretação em Freud? Que sentido comporta o ternário edipiano em Freud? Qual a formalização feita por Lacan denominada de Real, Simbólico e Imaginário e por que elas não produzem mais sentido?
A terceira escansão: “Mas, ao deslocar a interpretação do quadro edípico em direção ao quadro borromeano, é o funcionamento mesmo da interpretação que muda e passa da escuta do sentido à leitura do fora de sentido”.
Qual o estatuto da leitura a partir do pressuposto de que se lê justamente o fora de sentido? Qual o estatuto desse fora de sentido?