skip to Main Content

Boletim Ressonâncias #05

#05 – Outubro 2022

Image

Por Diego Cervelin – Licene Garcia – Valéria Beatriz Araújo
Equipe editorial do boletim Ressonâncias

Colegas,

Esta quinta edição do boletim Ressonâncias marca uma conclusão, mas também traz uma aposta na reabertura. Os temas tocados no decorrer das preparatórias, agora, haverão de ressoar na 3ª Jornada da EBP-Sul através de conversas ao vivo e na tela – tudo isso, contando com a participação daqueles que transitam pela psicanálise e são atravessados por ela.

« ¿Qué se escucha en la escucha analítica? »

Image

Carlos Sapelli
Participante das atividades da EBP-Sul

Para que o ressoar prolongue o seu alcance, nada como produzir sons mais além dos ecos. Este breve escrito, assim, repercute alguns ruídos do que se ouviu em torno da escuta que se pretende analítica, isto é, fazer dela, ou melhor, chamá-la efetivamente de escuta analítica. Lacan, no Seminário 18, ao falar da dimensão do sintoma (pois é dele que se sofre), a meu ver, trouxe uma consideração que contempla, ao mesmo tempo, a fala e os ouvidos abertos de quem participa da experiência analítica…

Super-visão ou super-audição?

Image

Por Laureci Nunes
Membro da EBP/AMP

Na leitura do recém-lançado livro de Esthella Solano, Três segundos com Lacan, uma passagem em especial me saltou aos olhos: quando ela traz a sua experiência com Lacan, já não como seu analista, mas como aquele com quem ela esperava supervisionar a sua prática clínica.

Para além de que o convite ao controle tenha partido dele, a surpresa maior, e inicial, de Esthela deveu-se ao fato de que ele lhe apontou o divã ao recebê-la para esse encontro.

Ressonâncias da V Atividade Preparatória

Image

Por Cinthia Busato ( EBP/AMP)
Integrante da Comissão Epistêmica

A 5ª e última Atividade Preparatória para 3ª Jornada da EBP Seção Sul foi um trabalho conectado com a arte intitulado: “A Escuta na Arte – Escut-arte” orientado pela pergunta: O que a arte pode nos ensinar?

Apresentaram suas elaborações os convidados Pedro Cabral Filho, educador e maestro, sobre “O que é escutar na música?”, Silvia Ghizzo abordando “A sonoridade da Língua”, e Soraya Valerim (coordenadora da C. de Curadoria) percorrendo “Ouvido e Voz – Portais do prazer”.

Som e silêncio

Image

Por Marcia Stival
Membro EBP/AMP

O interesse pela complexidade do universo sonoro me leva da música dodecafônica aos fundamentos da música destacados pelo som, ruído e silêncio.  Ou seja, de um sistema que apresenta inovações na organização das notas musicais (dodecafonismo) para a música de John Cage, que envolve a improvisação e o acaso. Uma base para lançar questões que instiguem a pensar sobre a escuta e interpretação analíticas.

Autoria de ouvido

Image

Por Gustavo Ramos da Silva

Na Metamorfose de Franz Kafka, Gregor Samsa, após acordar e se dar conta de que perdeu a forma humana e virou um inseto em cima de sua cama, além de perder a forma, perde também a fala humana com a “[…] assunção da indecifrável voz de um animal”. Desse ponto de vista, se o que lemos a partir de então não é mais oriundo de uma voz humana, como qualificar essa leitura? Isso me remonta ao último romance de Clarice Lispector, A Paixão Segundo GH, quando a narradora em primeira pessoa perde sua montagem humana ao entrar no quarto da ex-empregada. Qual seria o estatuto dessa fala e dessa escuta advinda dessa fala?

Lugar da escuta

Image

Por Alexandre Nodari
Professor de Literatura Brasileira (UFSC)

Em 1982, Anthony Seeger registra uma peroração de Petxi, especialista ritual kĩsêdjê, um discurso que, apesar de repetir, numa técnica oratória, a palavra kapẽrẽ, “fala”, “falar”, é uma exortação à escuta, baseada em sua própria experiência e em seu próprio exercício da audição. Nascido outro, “em uma aldeia de índios Wauja no Alto Xingu”, mas tendo sido raptado, com sua mãe, e adotado desde pequeno pelos Kĩsêdjê, Petxi ali se refere “à casa-dos-homens, no pátio, onde os jovens iniciados moravam até ter filhos, casar e ir morar na casa de suas esposas”, de “forma incomum” (tão incomum para Seege…

A escuta da existência

Image

Por Gustavo Ramos da Silva

À primeira vista o título da intervenção de Jacques-Alain Miller intitulada “Ler um sintoma” pode nos convidar a interpretar que a leitura do sintoma se daria da mesma maneira que a leitura de um texto qualquer, mas, em se tratando de psicanálise de orientação lacaniana, os escritos não são para serem lidos.

Isso já nos coloca diante da problemática do que seria essa leitura. Uma leitura que, para ser feita, é preciso colocar algo de si nessa relação, e esse algo de si pode ser a sua relação com o inconsciente, o que te atravessa ao colocar em prática a leitura?

Image

Diretora EBP Seção Sul: Louise Lhullier (EBP/AMP)
Diretora 3ª Jornada: Mariana Zelis (EBP/AMP)
Comissão do Boletim: Diego Cervelin (coordenador), Licene Garcia, Valéria Beatriz Araújo
Designer: Bruno Senna
Back To Top