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Boletim Fora de Linha #04

#04 – SETEMBRO 2023

Editorial Boletim Fora de Linha

Por Gustavo Ramos (EBP/AMP)

Na última preparatória à 4a Jornada da Seção Sul da Escola Brasileira de Psicanálise, Raúl Antelo e Bianca Tomaselli nos presentearam com a maneira pela qual a arte abordou a questão da locomotiva, em especial o que fica de fora dos trilhos.

Raúl Antelo parte da citação de J.-A. Miller em Perspectiva dos Escritos e Outros escritos de Lacan quando este fala do paradigma e da singularidade de um caso incomparável para trazer à tona o quadro de Eduard Manet A estrada de ferro, de 1873

Duas locomotivas

Por Raúl Antelo

Em diálogo com Bianca Tomaselli

“Para haver paradigma é preciso haver a singularidade de um caso apreendido como incomparável. Em seguida, engancham-se vagões a essa locomotiva que parte sozinha, tal como o gato de Kipling” .

A definição de paradigma, no Lexicon Technologiae Latinorum Rhetoricae (1778)…

Comentário de Duas Locomotivas de Raúl Antelo

Por Biana Tomaselli

Agradeço ao convite de estar na Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Florianópolis, ao lado do Professor Raul Antelo, a quem devo grande parte da minha formação e diante de um grupo de estudiosos cujas pesquisas revelam-se cada vez mais pertinentes para minha área de atuação no campo das Artes Visuais, da Arquitetura e da Literatura. Uma grande honra participar do evento.

Paradoxos da fragmentação: identidades, totalização e despatologização. Impasses de um tempo na experiência clínica.

Por Tainã Pinheiro

O contemporâneo parece estar marcado pela experiência da fragmentação. Uma das expressões mais eloquentes desse processo é a formação de grupos cada vez mais particulares, demarcando identidades específicas que se organizam, no interior da sociedade, como comunidades cujos membros podem desenvolver, entre si, laços fraternais…

Trilhos de uma análise

Por Andrea Tochetto

Algumas passagens na psicanálise são especiais para mim. Parto de um trecho do seminário 3 em que Lacan faz metáfora com a estrada. Diz que a estrada é “um significante que merece ser considerado como tal”, e para isso faz-se necessário pensar nessa metáfora não apenas como um meio para ir de um lugar ao outro, mas ainda seus entroncamentos, a possibilidade de ida e retorno, uma via de comunicação. A estrada principal, nos diz Lacan, “é um sítio em torno do qual não só aglomeram todas as espécies de habitantes, de estâncias, mas também que polariza, enquanto significante, as significações”.

Comentário sobre o totalitarismo do universal e a singularidade do Um

Por Artur Cipriani

Pretendo aqui dar suporte às questões que têm surgido a partir da proposta do eixo “Salvar a clínica”. Para Miller, o aforismo “Todo mundo é louco” veio a calhar para a ideologia contemporânea da igualdade universal dos seres falantes, onde a fraternidade prenunciada por Lacan, pela qual o terapeuta e o paciente se podem ligar, não é mais discreta, mas “[…] exigida a plenos pulmões sob a forma de uma igualdade total, inteira, dos seres falantes”.

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