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N. 08 – Abril 2025
 Teresa Pavone (EBP/AMP)

É com satisfação que apresento o VIII Boletim da Seção Sul ao modo de conclusão de um tempo de muito trabalho que consolidou a fundação da Seção Sul junto a tantos colegas trabalhadores decididos debruçados sobre o ensino de Lacan e sobre a prática da Psicanálise. Como diretora de Biblioteca e editora do Boletim Modos de Usar durante estes quatros primeiros anos de trabalho da Seção Sul, deixo aqui expressos meus agradecimentos aos colegas e parceiros que compuseram as instâncias da Seção Sul nas gestões de 2019 a 2022  e  de 2022 a 2025. Os textos que seguem tratam da extração de pontos cruciais, de elaborações vivas e contundentes, de trabalhos realizados no estilo particular de membros e de participantes da Seção Sul e do Uno que rege a Seção Sul e a EBP, e, especialmente, trata das ações e atividades ocorridas no último semestre de 2024 e início de 2025.

Da Escola que atrapalha o gozo à interpretação desagregativa

Nohemí Brown (EBP/AMP)

Quero agradecer à Gresiela e ao Arthur por suas contribuições. Um trabalho de enunciação que anima, que toca e produz crise, se tomamos a ideia de Gresiela. Agradeço também porque extraíram um ponto do texto “Teoria de Turim: sobre o sujeito da Escola”[3] para elaborar. Achei importante isso, pois é nosso texto de trabalho neste momento.

Gostaria de destacar de entrada uma pergunta que, me parece, reverbera nos dois textos e que, cada um à sua maneira, visa elucidar ou pontuar: O que é a Escola Sujeito?

Todo contato é crise

Gresiela Nunes da Rosa (EBP/AMP)

Há pouco mais de um ano uma amiga me dizia que eu devia fazer o pedido para me tornar membro da Escola e eu respondia que eu estava contente com meu trabalho de formação, que estava fazendo minha análise, minhas supervisões, estudando bastante, inclusive em cartéis e que não tinha vontade nenhuma de perder meu tempo com reuniões intermináveis e improdutivas, com os efeitos de grupo, com ter que lidar com gente que, se achando importante, confunde autoridade com autoritarismo. E já com um tom um pouco mais inflamado eu ia dizendo: a Escola é uma coisa que atrapalha demais o desejo. Mas o que saiu, o que eu disse, foi: a Escola é uma coisa que atrapalha demais o gozo. Uma semana depois eu estava encaminhando meu pedido para me tornar membro da Escola. E aqui estou.

“Onde estou no dizer?” Enunciação e experiência[1]

Artur Cipriani da Silva[2]

Desde aquele tempo enquanto o resto da turma
se juntava pra bater uma bola
Eu pulava o muro com Zezinho
no fundo do quintal da escola[1]

 

Desde a conversa com os participantes da Nova Política da Juventude, denominada “Experiência de Escola”, já fomos convidados, nos convidamos a dizer de nossos percursos e transferências com a Escola, esse ideal ao qual cada um de nós, tão sozinho como se está em relação à causa analítica, se remete. Um segundo passo, uma consequência possível é uma enunciação própria a respeito da Escola. Poderia a formação “acompanhada” dos participantes da NPJ ter função interpretativa?

Entre Panfletos e Gelatinas: A Escuta do Real na Nova Política da Juventude

Célia Ferreira Carta Winter (EBP/AMP)

Essa Diretoria, que encerra seu mandato em abril de 2025, teve a satisfação de acolher os participantes da NPJ durante os 2 anos de gestão.

No primeiro encontro de boas-vindas, ainda no instante de ver, nem eles, nem nós (a diretoria) sabíamos o que esperar, o que propor e se tínhamos que propor. Eles que deveriam ir atrás de se incluir? Enfim, questões que apareceram nas perguntas: Membros? Membros sob condição? Participantes?

Uma experiência com a Escola e a NPJ: notas de rodapé

 Mariana Dias

Para que algo de uma experiência possa se escrever, é preciso não estar em queda de braço com o encontro contingente. É preciso não estar travando uma queda de braço com o real. Enquanto se usarem as mãos para isso, definir quem é mais forte, a escrita trava. Não vai sobrar mão, e sabemos quem triunfa no final.

Essa mão canhestra que aponta para o sem sentido dá o tom da orientação lacaniana. É num lugar que nomeia em A instância da letra como um lugar terceiro – nem o de sua fala nem seu interlocutor, mas o lugar da Proposição – onde Lacan afirmará que existe um real em jogo na própria formação do psicanalista e que as sociedades existentes fundam-se nesse real.

A transferência de trabalho e o panfleto

Paula Nathalie Nocquet

 Um relato de J-A Miller[1], que me pareceu muito interessante para abrir esse tema da experiência de Escola, é que aos seus vinte anos, Lacan se aproxima com panfletos, eram o Ato de Fundação, e lhe pergunta: “quantos você quer, para seus camaradas?”. Esses camaradas eram seus colegas da École Normale Supérieur e Miller responde: “uns dez”. Desde então, como ele próprio relata, não deixou de repartir panfletos para seus camaradas. Entregar um panfleto a um jovem de vinte anos pode parecer pouco, mas, na verdade, é uma aposta a ser sustentada. De que aposta se trata? A aposta no trabalho por uma causa.

DA DIRETORIA DE CARTÉIS

Adriana Rodrigues (EBP/AMP)
Juliana Rego Silva
Maria Luiza Rovaris
Mauro Agosti
Verônica Montenegro

Escolhemos encerrar a gestão 2023-2025 da Diretoria de Cartéis e Intercâmbio da EBP Seção Sul com uma noite de encontros entre os interessados em experimentar, pela primeira vez ou não, o dispositivo criado por Lacan e destacado como central na formação do analista e na sustentação da sua Escola. Assim, realizamos na noite de 02 de abril o “Procura-se Cartel”, que se fez a partir de uma animada conversa sobre os principais pontos em relação ao que é e como se constitui um cartel.

OS MORTOS-VIVOS E A PSICANÁLISE: DOS ZUMBIS AOS ARREBATADOS PELA IMAGEM

Valéria Beatriz Araujo

O Livro de Henri Kaufmanner, apresentado na atividade de Noite de Biblioteca da Seção Sul, é uma obra que toca de perto o mal estar contemporâneo. Destaco dois pontos que me atravessaram nessa leitura: O estatuto da morte em nosso tempo e o arrebatamento.

I-O estatuto da morte em nosso tempo: O autor coloca como questão: “Estaríamos diante de uma mudança no estatuto da morte em nosso tempo e, como consequência, sua presença mais evidente nos corpos?”

Noite de Biblioteca: Os psicanalistas e o desejo de ensinar

Paula Lermen

A Noite de Biblioteca de 3 de outubro aconteceu em um Auditório da Universidade Federal de Santa Catarina, porque pareceu-nos o lugar perfeito para que Graciela Brodsky nos apresentasse seu livro sobre o desejo de ensinar. Graciela nos lembra que Lacan sempre apostou em disputar o terreno da Universidade, inclusive pela função que a Psicanálise pode ter junto aos demais saberes com os quais ela dialoga. A partir da reflexão sobre os quatro discursos formulados por Lacan, ela nos ajuda a situar a questão do ensino na orientação lacaniana. Retomo aqui pontos que ecoam:

Noite de Biblioteca: Conexão Psicanálise e Cinema

Mariana Zelis (EBP/AMP)

No dia 20 de Novembro de 2024 aconteceu a última atividade da Diretoria de Biblioteca Conexão Cinema que propôs o debate do filme “A voz humana” de Pedro Almodóvar. A convidada Heloísa Caldas (AME,EBP/AMP) apresentou seus comentários do filme fazendo uma leitura precisa e preciosa que abriu um debate muito interessante tocando questões contemporâneas que atravessam a clínica atual.

Modos de Usar – Boletim Eletrônico da EBP Seção Sul
Comissão de Edição: Teresa Pavone (EBP/AMP-diretora de Biblioteca da Seção Sul),
Gustavo Ramos (EBP/AMP), Andrea Tochetto, Diego Cervelin, Juan Cruz Galigniana, Licene Garcia, Valéria Beatriz Pimentel de Araújo e Paula Lermen.
Editoração do Boletim e Revisão dos textos: Juan Cruz Galigniana, Licene Garcia e
Paula Lermen.
Design: Bruno Senna
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