
N. 05 – Março 2024

EDITORIAL
Teresa Pavone
Diretora de Biblioteca da EBP- Seção Sul
Na Escola de Lacan, procede-se pela imersão do sujeito em um meio que agita a falta de saber, e é o que mais importa. (Miller, 2001).
Modos de Usar é um Boletim que tem a pretensão de ser não apenas um registro da variedade de temas, trabalhos e atividades realizados no âmbito da Seção Sul, como marca do estilo de cada um de seus membros e participantes…

Incurável da estrutura
Por Célia Ferreira Carta Winter (EBP/AMP)
No final do Congresso da AMP, “Todo mundo é louco”, Cristiane Alberti faz referência a estrutura tripartite, que serve de bússola e orienta a escolha do próximo Congresso em 2026, assim como ocorreu nos Congressos anteriores. Seguindo essa lógica de três, os aforismos de Lacan nos convocam ao trabalho: o primeiro, em 2022, “A Mulher não existe”; seguido em 2024, por “Todo mundo é louco”. Este, pinçado por Mille….

O que se traduz em psicanálise?
Por Paula Lermen
“O que está em jogo no ato da tradução?” e “De onde se traduz?” são perguntas que Teresinha do Prado (EBP/AMP), tradutora de Lacan, nos traz na Noite de Biblioteca e que ficam conosco, abrindo outras perguntas. A questão da primazia da forma ou do conteúdo, que é uma questão sempre presente na tradução, especialmente na poética, se manifesta em termos lacanianos como a distinção entre o sentido e a materialidade da palavra (como coloca Miller, entre o significante-sentido e o significante-gozo)…

Tren de Sombras (1997)
Por Valéria Beatriz Araujo
No segundo semestre de 2023, a Comissão de Biblioteca da Seção Sul teve a atividade Conexão Psicanálise e Cinema com a presença ímpar de Marcela Antelo (AME/EBP-BA/AMP), que apresentou um filme inclassificável. Tren de Sombras, El espectro de Le Thuit, filme de José Luis Guerín (1977), dialoga com as imagens do filme de Gerard Fleury (Portrait de Famille), feito num verão nos anos 30, cujas cenas familiares “vem a rememorar a infância do cinema”, nas palavras do Guerín.

O cartel como “máquina de guerra” e a formação do analista
Por Mauro Agosti
A atual Diretoria de Cartéis e Intercâmbio da EBP Seção Sul elegeu como tema de trabalho “o cartel como forma de resistência ao mal-estar na cultura e a formação do analista”. A partir deste ponto várias questões nos surgiram, dentre elas: “a que tipo de mal-estar um cartel pode vir a fazer resistência?”. A fim de trabalhar esta questão convidamos Iordan Gurgel (EBP-BA)…

Resenha do livro Laca Chinês
Por Paula Nocquet
O livro Lacan Chinês de Cleyton Andrade surpreende pela sua originalidade ao passo que permite compreender o que possibilita a Jacques Lacan pensar no ato de leitura em uma experiência de análise. Sabemos que, dentre as faculdades atribuídas ao analista, uma delas é saber ler. Não se trata apenas de saber ouvir, mas de saber ler o inconsciente, estamos portanto em termos de escritura. Mas, como pensar a separação entre fala e escrita?

Seminário por Conta e Risco
Por Zelma Galesi (EBP/AMP)
No ano de 2023 dimensionamos uma das temáticas candentes da contemporaneidade: “Os afetos negativos na cultura: na família, na escola e nas ruas: Ódio, violência, racismo e segregação.” Situamos o mal-estar na cultura e os sintomas atuais sob os quais os sujeitos estão submetidos, incluindo as crianças. A contingência da cultura advém da fragilização no ordenamento do simbólico em que o Grande Outro e o Ideal do eu se apagam progressivamente em favor do superego.

Seminário por conta e risco
Reviramentos topológicos e política do sintoma na clínica lacaniana. Leituras dos Seminário 24 e 25 de Lacan
Por Eneida Medeiros (EBP/AMP), Gustavo Ramos (EBP/AMP) e Liège Goulart (EBP/AMP)
O primeiro encontro do seminário foi todo dedicado a trabalhar o título do Seminário XXIV e sua quase impossibilidade de tradução, em função da variedade de homofonias e equívocos inventados por Lacan. Uma proeza poética. …

Nota sobre a artista Giovanna Lima
Por Andrea Tochetto
Com a assinatura de G.L. a artista Giovanna Lima transforma muros e paredes em papel para desenhar sua poesia.
Com versos como: “Vandalismo é não falar de amor” e “arquitetei universos só com minha paranoia”, G.L. deixa arte urbana em paredes e muros da cidade que escolhe sempre que uma inspiração a invade. Escritora, jornalista, pixadora e dona do Bek’s Bar (em Curitiba), a artista diz que a “arte é o lugar de explodir nossas pulsões existenciais”.
