Comissão Epistêmica da VI Jornada da EBP – Seção Sul

Ao considerarmos “O mal-estar na civilização” e a estruturação dos discursos como formas de laços sociais através da linguagem, recortamos inúmeras referências das obras de Freud e Lacan, respectivamente, nas quais são pinçados elementos do gozo em épocas distintas.

Jacques-Alain Miller, ao se referir ao modo como trata das questões culturais, destaca que “abordamos estes fenômenos culturais exclusivamente pela perspectiva psicanalítica, quer dizer que reunimos material para esclarecer as condições da prática atual e que, ao fazer isto, procedemos a partir da psicanálise”[1].

Levando em conta estes encaminhamentos e, com base no interessante texto de Oscar Reymundo, a Comissão Epistêmica da VI Jornada da EBP – Seção Sul destaca alguns pontos de investigação, na medida em que eles procuram recolher as lógicas dos arranjos ou mesmo dos desarranjos passíveis de alguma localização através do mal-estar, daquilo que faz sintoma para cada um. Esses questionamentos seguem abaixo, com o desejo de que animem a escrita de textos a serem encaminhados para o e-mail jornadaebpsul@gmail.com, até 21 de setembro de 2025.

• Considerando a subjetividade da época, como fica a relação entre a palavra e o gozo?
• Como se apresenta a posição do analista frente às tendências da época e aos efeitos do discurso capitalista?
• Como é possível circunscrever a ética da psicanálise e a “medida de nossa ação” a partir do discurso do analista?
• Como os excessos apresentados na época podem ressoar através da escuta analítica e, assim, localizar um sujeito e seu dizer?
• Como abordar o isolamento contemplado na época e a questão da solidão?
• Quais as consequências do rechaço do S₁ e da inoperância da castração na clínica contemporânea?

[1] Miller, J.-A. Lo público y lo privado. In: ___. El Otro que no existe y sus comités de ética. Buenos Aires: Paidós, 2005, p. 125 (Curso con colaboración de E. Laurent).