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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

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osso. Como denominou Jacques-Alain Miller, ponto que vai lhe dar um

savoir-

faire

, ponto de sustentação na condução do tratamento de outros que lhe vem

demandar análise. É a pragmática do objeto a, seus usos como mais-de-gozar,

instrumento para o analista.”

p. 72

Gorostiza, Leonardo – A brecha do sintoma. In: Curinga Nº28, Belo

Horizonte: Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Minas, 2009

“(…) É nesse ponto, como no caso de James Joyce, que o sinthoma se situa

como o que se inventa no lugar do inconsciente (como discurso).

O

sinthoma

é, portanto, uma invenção face do encontro contingente do

inconsciente real, entendido como o buraco traumático da não relação sexual,

sobre o qual poderá logo estabelecer-se, pela repetição da letra do sintoma – o

que não cessa de se repetir do sintoma -, a articulação do inconsciente como

discurso, quer dizer, como laço social que, em si mesmo, é um tratamento do

inconsciente real.

O

sinthoma

como tal, todavia, é fechado sobre si mesmo e, portanto, não

faz laço social. Trata-se do gozo opaco que exclui o sentido e que deve ser

diferenciado do mais-gozar.”

p. 19-20

Gorostiza, Leonardo. Os confins da caridade freudiana. In: Opção

Lacaniana Nº61. Edições Eólia, São Paulo, 2011

“(…) Seria fazer do gozo opaco do

sinthoma

não a “última palavra” da

experiência analítica, mas sim um ponto fixo de orientação, feito a partir

daquilo que a palavra, o semblante, jamais poderá nomear, mas poderá indicar.

E, ao fazê-lo – já que na clínica do

sinthoma

podemos afirmar que não há, no

sentido estrito, “a última palavra”, portanto se prossegue permanentemente a

conversação com o real – uma palavra pode se tornar a palavra do fim (

la fin

mot

), que não é o mesmo que a última palavra. A palavra do fim é a que tem a

função de indicar o absoluto do gozo singularíssimo fora de sentido, e que é o

que Lacan em

Mais Ainda

chama de S1, o significante do gozo. Trata-se daquele

semblante que designa – retomando a fórmula de Lacan no

Seminário 11 –

a

“diferença absoluta”. “Absoluta” se entende como a diferença de um significante

que já não é relativo a outro significante e que, portanto, não cumpre a função

de representação, e sim a de indicar o gozo singularíssimo onde se situa esse resto

incurável chamado

sinthoma

.”

p. 77

Grostein, Sandra. Nasce a ciência desaprece o pensamento, nascem as

neurociências desparece o sujeito. In: Correio Nº69. Escola Brasileira

de Psicanálise, São Paulo, 2011

“(…) Se a perspectiva das neurociências faz desaparecer o sujeito, a psicanálise

então propõe, com Lacan, o

sinthoma

como aparelhagem de gozo, numa

certa medida prescindido do sujeito por se servir do sujeito do inconsciente

estruturado como uma linguagem.”

p. 41

Guimarães, Leda. Gozos da mulher. Editora KBR, Petrópolis, 2014

“(…) Lacan define o

sinthoma

como o modo singular de gozo de cada um,

quer dizer, esse gozo do corpo, do qual estive falando até o momento como um

gozo sem lei que reside no silêncio, é um gozo essencialmente singular, privado,

não transmissível nem compartilhado. Trata-se, portanto, de um gozo autista,

experimentado no silêncio do corpo, que corresponde ao modo singular de gozo

de cada um.”

p. 127

Harari, Angelina. O que há de feminino na mulher. In:

Opção Lacaniana Nº65 Revista Brasileira Internacional de

Psicanálise. Ediçòes Eolia, São Paulo, 2013

“(…) Se considerarmos que a transferência é o amor à língua, no final de análise

uma língua proibida, foracluída, retornou de forma erótica no real da solução

sintomática. Em uma leitura clássica, temos aí a interdição que se transforma em

permissão. Mas, como o núcleo do sinthoma é real, falamos de foraclusão e seu

retorno no real.”

p. 47-48

“(…) Na lalíngua, a alteridade que a define não é mais a diferença, mas o

mesmo. A alteridade que se cava na própria solitude do falasser/

parlêtre

, no exato

ponto em que se é estrangeiro para si mesmo, lugar de um exílio do qual não se

pode desfazer-se.”

p. 49

Jimenez, Stella. No cinema com Lacan. O que os filmes nos ensinam

sobre os conceitos e a topologia lacaniana. Ponteio, Rio de Janeiro,

2014

“(…) - que o sinthoma é um equivalente do Nome-do-Pai, já que, a partir

do Seminário 23, o Nome-do-Pai passa a ser degradado à indignidade de um

sinthoma;

– que, à diferença da psicose, na neurose o Nome-do-Pai e/ou sinthoma está

presente, senão desde o início, pelo menos a partir da resolução do Édipo ou, no

mais tardar, a partir do início da puberdade;

– que o sinthoma tem íntima relação com a fantasia fundamental, ou seja, com

a maneira singular e pulsional de cada um fazer existir a relação sexual. Isso é: ele

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