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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

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Tassinari, Alide. O que acontece com o corpo na psicanálise hoje?

In: Papers 2. Site do X Congresso da AMP: O corpo falante: sobre

o inconsciente no século XXI. 2015. Tradução: Ana Paula Sartori

Lorenzi

“(…) Ah!, o falasser tem um corpo: sabe que tem um corpo, por isso o

manipula, o transforma, o define, pensando-o como eterno. Que saber é este

que utiliza uma escopia infinita? É um saber que deriva da palavra, do banho da

linguagem que preexiste ao próprio sujeito, mas também um saber encontrado

na ciência, que trata o real do organismo investigando seus mecanismos,

as partes infinitesimais das quais é composto, as doenças que o afligem.

Certamente, no nosso século, o corpo, o seu

uso

testemunha não a falta a ser,

marca do sujeito do inconsciente, decifrável nas suas significações através do

dizer analisante, mas a consistência da substância gozante de que é feito desde

o início, e, em seguida, engajado na palavra, do gozo residual e sintomático de

lalíngua

.

(…) Do sujeito ao

falasser

do último ensino de Lacan, se desdobra o percurso

da psicanálise freudiana à psicanálise lacaniana, a isso que constitui a orientação

lacaniana. Do significante ainda freudiano ao nó totalmente lacaniano, o

corpo não está mais somente sob a apreensão necessária da imagem ilusória e

mistificante do espelho, mas participa do gozo, tornando-se sua sede. No nó

particular de cada falasser, o corpo participa, freudianamente, da inibição, do

sintoma e da angústia, e, lacanianamente, do imaginário, do simbólico e do

real. O corpo vivo é real, o corpo cadáver é simbólico e o corpo como forma é

imaginário.

(…) O falasser adora o corpo, faz dele objeto de um gozo imaginarizado e não

quer saber do fato de que este, ao contrário, na sua substância gozante escapa,

se esvanece, não está de todo preso na linguagem, mas está também em outro

lugar, num para além, que o despedaça e o torna evanescente. Somente a pulsão,

na sua relação com a inexistência da relação sexual, o vivifica distanciando-o

do cadáver, o faz carne significantizada, através da perda pulsional por obra do

significante, das palavras que fazem o corpo do inconsciente.”

Zlotnik, Manoel. Por em dia a imagem com relação ao sinthoma.

In: de Papers 2, site do X Congresso da AMP, O corpo falante : o

inconsciente no século XXI. 2015

“(…) trata-se do narcisismo secundário. Podemos nos perguntar por que J.

Lacan diz que esse narcisismo é radical, podemos pensá-lo radical para o manejo

que o falasser possa fazer de sua imagem.”

p. 98

IV /b. Sinthoma

Alvarenga, Elisa -

O passe na prática

. In:

http://wapol.org/ornicar/ articles/208alv.htm ,

2008

“(…) Falta falar dos efeitos da nomeação, que me parecem diferentes dos efeitos

do passe tal como relatei até agora. É mais difícil falar desses efeitos, uma vez

que estou ainda em vias de experimentá-los. Posso dizer que a nomeação, após

um primeiro efeito de alegria e entusiasmo, não deixou de produzir em mim

angústia, diante da tarefa de transmitir, à Escola, uma experiência que possa

acrescentar algo ao saber da psicanálise. O trabalho de elaboração não tem

sido, tampouco, isento de sintomas ou inibições. Tento pensar isso com o nó

borromeano que, na sua forma original, pode se tensionar no recobrimento

do real pelo simbólico, e temos o sintoma, no recobrimento do simbólico pelo

imaginário, e temos a inibição, ou no recobrimento do imaginário pelo real,

e temos angústia. O trabalho de transmissão sofre com estes efeitos, mas o

trabalho do analista parece estar num outro registro. O que assegura a amarração

deste nó é o analista como sinthoma, resíduo da análise: o analista como a,

resíduo do saber e causa de desejo. Há um resíduo da análise, um sem remédio,

que funciona, por um lado, como causa de elaboração, e por outro, como

certeza, retirada da análise, de querer estar num certo lugar, conduzindo outros

em uma análise.”

Beneti, Antônio - Tatuagem e laço social. In: Opção Lacaniana online

nova série Nº7, Ano 3, 2012

“(…) Na clínica nomeada por Lacan com a clínica do

sinthoma

, a suplência

sintomática subjetiva, reparação dos defeitos do nó borromeano, aparece como

um significante articulado ao objeto pequeno

a

: S1,

a

. De tal maneira que o

sujeito constrói um nome capaz de levá-lo à inscrição no campo do Outro. É

pela via do nó borromeano que o sujeito se inscreve no campo do Outro. (…)

Como poderíamos abordar a tatuagem articulada com o laço social? Diante

do exposto, isto se daria no discurso ou no nó borromeano? Para se falar de

tatuagem no discurso, podemos tomá-la a partir de duas letrinhas: o S1, o traço

identificatório, e o

a

como objeto. Não creio que possamos pensá-la a partir do

S2, pois teríamos que nos indagar se há um saber na tatuagem. Tampouco creio

que ela possa ser indicada a partir do $, já que o sujeito dividido é representado

para outro significante.

A questão que me fez entrar nesse tema foi: como abordar a tatuagem em

relação ao nó borromeano, ou seja, como uma tatuagem poderia constituir-se

em uma solução

sinthomática

? Quando o sujeito se tatua com uma imagem, esta

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