

O CORPO FALANTE
X Congresso da AMP,
Rio de Janeiro 2016
355
354
mirabolante ficção. Afeiçoado à significação de sua existência, o falante, que goza
do sentido, defende-se do furo constitutivo do Outro. O S(A/), é, portanto, o
significante que delimita esse furo concernente à inexistência da relação sexual.
Representa o gozo; mas, ao fazê-lo, falha, porque o gozo inapreensível tem
relação com o objeto, embora, ao mesmo tempo, se encontre em cisão com
ele, na medida em que o objeto não se deixa absorver pela cadeia significante.
Esse “significante da falta do Outro”, constitui o
sinthoma
, a única demarcação
possível desse gozo inapreensível.”
p. 55-56
Santiago, Jésus -
O engodo viril.
In: Opção Lacaniana Nº68 e Nº69,
Revista Brasileira Internacional de Psicanálise. Ediçòes Eólia, São
Paulo, 2014
“(…) A salvação que se fez pelo intratável da repetição, pressupõe o
esquartejamento como nome que gerou eco de um dizer no corpo que remonta
ao trauma Jesus. Não se tratava, porém, de uma questão concernente a memória,
mas da comemoração de um gozo inesquecível com se defrontou a conclusão
da análise. Efetivou-se, assim, o “há-Um” do gozo, que se extrai do impossível
do sacrifício e se decanta como resto das formas interpretáveis do sintoma.
Ao se confundir com o Um próprio do gozo intratável, esse gozo se reduz no
sinthoma, portanto, ao consentimento de que não se pôde liberar da repetição,
tampouco eliminá-la. Em decorrência do esquartejamento, configurado no
final da experiência, ao visar a causa de o sujeito estar atrapalhado em face da
repetição, extrai-se a fonte de um saber-fazer com o intratável do amor.”
p. 42-43
Sota Fuentes, Maria Josefina. A presença do analista como limite e
o ato sobre o abismo: a salvação pelo furo. In: Correio Nº69. Escola
Brasileira de Psicanálise, São Paulo, 2011
“(…) Se, ao isolar os S1s determinantes de um sujeito por meio da função
do corte, a análise permite nova costura com o real mediante a construção do
sinthoma
, este não poderia ser o produto de um lapso do ato do analista que
descarta a travessia da fantasia e recua diante do salto sobre o furo, ali onde
se revela o essencial; o saber que não há no real e que, finalmente, resta como
abertura necessária à contingência.”
p. 64-65
Souto, Simone. A formação do analista no século XXI. In: Correio
Nº70. Escola Brasileira de Psicanálise, São Paulo, 2011
“(…) O discurso, uma vez livre da existência da relação sexual ou, melhor
dizendo, da tentativa de fazer a relação existir por meio da fantasia, desnuda-se
na simples conjunção do Um e do corpo. Portanto, a constatação da existência
do Um acontece como consequência da constatação da inexistência do Outro,
da inexistência da relação sexual. O espaço do ultrapasse é, então, ordenado,
como demonstra Miller, por “um existe e um não existe”: o que não existe tem a
ver com o Outro e o que existe tem a ver com o
sinthoma
.”
p. 23
Viganò, Carlo. Novos enovelamentos do simbólico. In: Correio Nº70.
Escola Brasileira de Psicanálise, São Paulo, 2011
“(…) O significante, nesse paradigma do
sinthoma
, opera uma espécie de
enlaçamento com o imaginário, somatiza-se, para condensar gozo. A estrutura
desse laço foi escrita por Lacan em referencia ao nó borromeano, no qual
o significante não tem mais o primado de ordenador linguístico, mas pode
contribuir para orientar o real que “não tem ordem”, quanto a se gerar, junto
com o
sinthoma
, um verdadeiro furo.”
p. 39
Veras, Marcelo. A nova ordem simbólica do século XXI, mais além do
Anti-Édipo. In: Correio Nº67. Escola Brasileira de Psicanálise, São
Paulo, 2010
“(…) Quando nos apoiamos no seminário sobre o
sinthoma
, percebemos que
o Nome-do-Pai, tal como é apresentado no Seminário 3, traduzia a epopeia da
crença humana de que há sentido no real. Isso implica um forçamento, digamos,
uma invenção, que procura, apagar a constatação lacaniana dos anos 70 de que
real e sentido se excluem.”
p. 50
Vieira, Marcus André. O Corpo Falante: Sobre o Inconsciente no
Século XXI- Apresentação ao X Congresso da Associação Mundial de
Psicanalise. 2015. In: Site do X Congresso da Associação Mundial de
Psicanálise: O corpo falante: sobre o inconsciente no Século XXI
“(…) Deste ponto de vista, a moça do cartaz só tem corpo porque o
sinthoma,
esta incidência inaugural da linguagem sobre o vivente, faz-se fala e que esta
fala se entrecruza com outras compondo o mosaico linguageiro que dá a seu
usuário uma miragem de unidade. É por falar, portanto, que ela pode ter um
corpo, e mais: acreditar ser um. Disto deriva o termo proposto por Lacan nestes
seminários
, falasser.”
Zbrun, Mirta. A formação do analista de Freud a Lacan. Petrópolis,
1ª Edição. POD. KBR. Petrópolis. 2014
“(…) há uma outra perspectiva que me interessa apresentar, para poder
demonstrar a validade do fim da análise como identificação ao
sinthoma,
e que
Outros autore