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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

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“Ele [Lacan] considera então que a única forma admissível de falar desse

inconsciente descoberto é dizer – ele justifica o inconsciente como – é “um saber

enquanto falado, como constitutivo do UOM”. (p. 14) (…) De início o que

constitui o UOM, que é o trauma fora de sentido, que provoca um falar sem o

saber, depois o saber se deposita a partir dos equívocos do falado – falado com

“ado”, no passado.”

p. 15

Lutterbach Holck, Ana Lúcia, Patu, a mulher abismada. Subversos,

Rio de Janeiro, 2008

“(…) Quando Lacan volta à letra freudiana, recupera seu vigor e originalidade

utilizando-se dos recursos do seu tempo para tornar de manifesto o conteúdo

latente da obra de Freud. Ele não está mais só com a história dos sonhos,

da neurologia e do mecanismo do tempo de Freud; ele tem, entre outros,

a linguística, a lógica e a literatura. Lacan demonstra aquele inapreensível

freudiano com a fórmula “

não há relação

”. Isto é, há um impossível na

comunicação entre os falantes e só há articulação graças a um efeito de escrita.”

p. 125

Machado, Ondina. Violência e feminização do mundo. In:

A

violência: sintoma social da época

. Derezensky, Ernesto; Machado,

Ondina (Orgs). Belo Horizonte, Scriptum Livros. 2013

“(…)A agressividade surge na relação com o semelhante, no jogo de

identificações e estranhamentos a ela pertinente, que, ao passar pela rede de

significantes, pode ser recalcada. Já a violência é o essencial na agressão, e Lacan

diz que, por ser o contrário da fala, não pode ser recalcada. A violência, tomando

por base essa consideração, rompe com o sentido e nos direciona ao real. A

passagem ao ato seria seu paradigma, uma força performática que prescinde

do Outro. O ato violento é um curto-circuito na fantasia, uma forma radical

de defesa contra a divisão subjetiva que, no seu extremo, exclui o inconsciente.

Desse modo, a violência seria um mergulho no real.”

p. 132-133

Nicéias, Carlos Augusto. Introdução ao Narcisismo – O Amor de si.

Coleção Para ler Freud. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2013

“(…) Quando há consentimento do sujeito em falar, respondendo ao convite do

analista, produz-se um deslocamento necessário para que haja a experiência de

análise, provoca-se um abandono da queixa e o sujeito se entrega a um trabalho

inédito com as palavras. Essa tarefa de simbolização, insistamos uma vez ainda,

é o que inaugura, justamente, a transferência. Ou seja, o amor de transferência

começa a operar quando, a partir do desejo decidido de ter querido dar nome

à causa escondida que o faz sofrer, o sujeito se aplica a construir um saber que

ainda não é sabido, que é apenas suposto. Freud, pelo fato de já haver descoberto

anteriormente o inconsciente, pôde conceituar em 1912 a transferência em sua

dinâmica própria.”

p. 112

Rêgo Barros, Romildo Compulsões e Obsessões: uma neurose do

futuro. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2012

“(…) se antes era a esperança de produzir um saber sobre a causa do seu

sofrimento que mobilizava alguém até a análise, agora é o próprio encontro com

o analista que tem a função de despertar o saber e fazer com que o sintoma, que

se apresenta inicialmente como pura repetição, produza o seu Outro e de alguma

forma permita a construção de um laço social possível. Nos termos de Miller, “o

que faz existir o inconsciente como saber é o amor.”

p. 115

Vieira, Marcus André. O Corpo Falante: Sobre o Inconsciente no

Século XXI - Apresentação ao X Congresso da Associação Mundial

de Psicanalise. In: Site do X Congresso da AMP, O corpo falante : o

inconsciente no século XXI. 2015

“(…) Aceitar a aposta do inconsciente é assumir a seguinte premissa: o que nos

sustenta como Um não é o que o espelho nos devolve. Esta aposta nos abre a

profusão de imagens e de fragmentos que gravitam a nosso redor e é, sobretudo,

nela que encontraremos essa sustentação.”

Seynhaeve, Bernard. Verdade Mentirosa e fim de análise. In: Papers

2, Site do X Congresso da AMP, O corpo falante : o inconsciente no

século XXI. 2015

“(…) Tudo muda radicalmente quando procuramos elaborar a teoria do

inconsciente do último Lacan, uma teoria que não está elaborada a partir

da histeria e da história, mas a partir da psicose”. Há uma báscula ou uma

reviravolta histórica no ensino de Lacan, da qual se tem a indicação discreta

em «o esp de um laps» quando ele evoca o personagem Freud que impôs a ele,

jovem psiquiatra, aquela que ele batiza de Aimée na sua tese de psiquiatria. “É

a indicação de que antes de suas construções do inconsciente-história, ele havia

entrado na teoria de Freud por meio da psicose.

É então que Lacan fará esse deslocamento consistindo em minorar o

inconsciente-história, ou o inconsciente transferencial para formular sua tese

do inconsciente real a partir do inconsciente na psicose, onde precisamente não

está mais em jogo a história, a associação de dois significantes, mas a letra, o

S1 sozinho.”

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