15 de setembro de 2022
Estranho ser
QUERIDO[1]
TALVEZ PARA VOCÊ,
EU SIGNIFIQUE UM MERO DETALHE.
VOCÊ NÃO ME DEU VALOR.
SEM MOTIVOS ME DEU DESPREZO.
-EU HAVIA ME MOSTRADO A VOCÊ,
INTEIRA, COMPLETA.
NÃO ME MOSTREI COMO PEDAÇOS DE UM MOSAICO.
VOCÊ ME TRATOU COMO UM OBJETO QUALQUER.
-ME USOU.
ME DESTRATOU.
-AGORA QUE ESTOU ME RECOMPONDO.
VEM ARREPENDIDO, ATRAZ DE MIM.
QUERIDO…
NÃO TE ILUDAS.
EU FUI EXTREMAMENTE VERDADEIRA AO DIZER.
QUE QUANDO AMO, VOU AS ULTIMAS CONSEQUENCIAS.
E NA MESMA INTENSIDADE,
SE NÃO SOU CORRESPONDIDA
DESAPEGO.
FIM.
AUTORIA SUNAMITAGFF
ESTRANHO SER
Por Simone Souza Vieira
Sunamita Gomes Ferreira Faustino viúva 43 anos mãe, mulher. E agora escritora. Mas tem gosto pela escrita desde a infância.
Assim se apresenta Sunamita nos eventos em que é convidada.
A arte toca a alguns.
Sunamita desde a infância sentiu seu toque.
“…de que fontes esse estranho ser, o escritor criativo, retira seu material, e como consegue impressionar-nos com o mesmo e despertar-nos emoções das quais talvez nem nos julgássemos capazes.”[2]
As palavras de Freud no texto Escritos Criativos e Devaneios (1907/1908), apontam que a força e ao mesmo tempo a delicadeza de uma expressão artística, portam algo da fantasia, dos desejos insatisfeitos. Sendo assim, uma expressão artística independe de cor, raça, nível social, escolaridade, elas são cunhadas do mais particular, e produzidas uma a uma, dependendo, no entanto, que algo tenha tocado esse estranho ser.
Agradecemos a Adriana L. de Souza Zoppi, Coordenadora do Caps Cidade por nos apresentar Sunamita, e agradecemos especialmente a Sunamita por sua poesia.