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Analistas, presentes!

 Na ambição e compromisso de sempre manter a psicanálise atrelada às questões de sua época, numa perspectiva de tradução qualificada, Giovanna Quaglia (EBP/AMP) nos traz uma provocação de um tema que desagua em nossos dias ambivalências morais, religiosas, éticas e filosóficas que envolvem o falasser diante dos usos e costumes do corpo. Questões que envolvem a prerrogativa de liberdade da mulher sobre o seu corpo e a decisão do exercício ou não da maternidade.

Giovanna Quaglia (EBP/AMP)

Recentemente, observamos atos políticos que visam alterar direitos e garantias da população. O Projeto de Lei 1904/2023 que modifica artigos do código penal restringindo o acesso ao aborto legal e proíbe qualquer forma de aborto após 22 semanas de gestação, equiparando ao crime de homicídio. E, a Proposta de Emenda à Constituição 45/2023, que visa alterar o art. 5º, cláusula pétrea, criminalizando usuários de drogas. Será que são só essas mudanças que esses atos provocam?

Não creio que seja possível discutir política e psicanálise sem pensar no que acontece claramente no mundo, mais especificamente, no Brasil, já que estamos na Seção Leste-Oeste. Levar o questionamento somente à frase “o inconsciente é a política” não seria deixar de lado que a política é um ato?

Ato falho, acting out, passagem ao ato, ato de fala… rastros na clínica. Lacan já na direção do tratamento nos falava sobre o ato analítico e a política na direção da cura. Mais além, no Seminário sobre o Ato Psicanalítico, recém-lançado, nos leva a refletir os atos políticos à luz do ato analítico.

Creio ser fundamental pensarmos em nossas Jornadas como podemos abordar a questão política para além do inconsciente é a política, em interrogação crítica: o que é o ato político? Esse ato que recai sobre o corpo, que recai sobre a memória e marca traumaticamente a vida daquele que o recebe.

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