

O CORPO FALANTE
X Congresso da AMP,
Rio de Janeiro 2016
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ações no corpo para tentar silenciar a pulsão. (…) tomamos aquí o uso de
medicamentos como objetos-fora-do-corpo, que afetam o corpo e modificam o
simbólico.”
Brousse, M. H. Os corpos Lacanianos: novidades contemporáneas
sobre o Estádio do Espelho. In: Opção Lacaniana online nova
série Nº15, Ano 5, 2014.
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_15/Corpos_lacanianos.pdf
“(…) O laço entre a imagem e o organismo tem a ver, então, com as
experiências de gozo. As experiências de gozo articulam, “grampeiam”, unem.
Os pontos que grampeiam têm a ver com as experiências de gozo – isto é muito
freudiano. À boca, anus, falo, Lacan vai acrescentar os ouvidos e os olhos, todas
as zonas que permitem grampear a imagem com o organismo (o que Freud já
enfatizara e que Lacan vai retomar), chamando este grampo de objeto pequeno
a”
.
Caldas, Heloisa. O amor nosso de cada dia. In: Opção lacaniana
online 5.
http://www.opcaolacaniana.com.br/antigos/pdf/artigos/HECOamor.pdf
“(…) Se pensarmos, com Lacan, que todo encontro é lido segundo a lógica
instaurada pelo encontro primordial com
lalíngua
, encontrar a felicidade
dependerá da posição subjetiva diante da maldição do sexo. Temos nisso uma
chave para pensar o que um sujeito pode ou não fazer com a repetição e o
retorno do real: ele pode encontrar o mesmo para fazer igual ou diferente; viver
o mesmo de novo ou viver o novo uma vez mais; subjetivar o imprevisto com as
mesmas leis ou inventar variações novas para elas.”
Carrijo da Cunha, Luiz F. O real da psicanálise é a inscrição de uma
desordem. In: Opção Lacaniana. Nº66. Edições Eolia, São Paulo,
2013
“(…) Um real é constituído pelo “choque inicial do corpo com a língua” vivido
como uma desordem, aonde a defesa vem se alojar. Tal desordem diz respeito
ao gozo que se instaura marcando o corpo do humano. É a este real que Lacan
aponta como o alvo a ser atingido, de modo singular e que a experiência do
passe, fora da perspectiva científica pode transmitir.”
p. 36
Coccoz, Vilma. O ser falante se dá ares. In: Papers 1. Site do X
Congresso da Associação Mundical de Psicanálise. O corpo Falante:
Sobre o Inconsciente no Século XXI. Tradução: Paola Salinas
“(…) imaginariamente ser e corpo são identificados. Mas, à diferença do
rato, que vale pela unidade de seu corpo de espécie roedora, o corpo falante,
acometido da
falta a ser
que a linguagem impõe, faz-se presente como sintoma,
como um
acontecimento do corpo.
O corpo “a gente tem ares de, a gente areja a
partir do a gente o tem.
(…) A dupla vida do ser falante depende do ar. Porque do ar depende a
f
unção
da
f
onação, verdadeira essência do
Phi
, nos diz Lacan. Função que opera a
substituição do macho na vida natural, pelo que se chama “homem” na dupla
vida. Nesta, a fonética se torna faunística, segundo o equívoco lacaniano
(
fonétique, faunetique
), quando os nomes, fatos de fonemas que se enchem de
sentido.”
Cottet, Serge. As referências freudianas sobre o corpo. Textos de
Orientação do Site do X Congresso da AMP : O corpo falante: o
inconsciente no Século XXI. 2015. Tradução: Cristina Drumond;
Revisão: Teresinha N.M. Prado
“(…) É útil lembrar nesta ocasião que Freud não encontra outro suporte para a
imagem do eu além do corpo. Freud não fala do corpo senão em relação ao eu, a
título de ser sua base material; é um corpo representado, um corpo imaginário.
Ele é definido como a projeção de uma superfície, portanto como uma abstração
que o reduz a duas dimensões, não um dentro, um interior, mas, sobretudo, um
fora (« O eu e o isso », capítulo II, in ESB XIX, RJ, Imago, 1976); a imagem
narcísica da bela unidade mascara um despedaçamento que a pulsão faz o corpo
sofrer; a pulsão despedaça o gozo do corpo no aspecto de que a fonte pulsional
está na superfície, ou seja, nos buracos do corpo. A noção de borda pulsional
retomada por Lacan implica, com efeito, uma topologia da superfície. Esta
superfície anatomicamente furada localiza as pulsões orais, anais, escópicas,
genitais. Ocorre a Freud, então, reduzir o eu ao corpo próprio, (Ichkörper)
ao ponto em que o sujeito dividido pelo inconsciente sinta seus efeitos em
um despedaçamento corporal tal como na histeria. O fato de que Lacan diga
«despedaçamento funcional» (in Escritos, p. 220-21) a respeito disso, designa o
impacto do significante sobre o corpo. O problema é saber como se articula a
linguagem sobre essa superfície, quer ela seja furada ou unificada pela imagem.”
p. 30
“(…) Outra pista: Lacan será sensível à elaboração filosófica de Merleau-
Ponty que buscará definir « o entrelaçamento, cap. 4 » que formam o corpo
e o mundo, a extensão de meu corpo no mundo, unidade indissolúvel que
ele chama de « a carne » em
O visível e o invisível
, e que discute os limites
anatômicos do corpo. Um prolongamento dessa entidade corporal pode ser
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