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Boletim amurados #006

#06

EDITORIAL

Por Adriana Pessoa – Coordenadora da comissão amurados

A sexta edição do Boletim amurados – carinhosamente nomeada pela comissão de edição sexo, drogas e rock’n’roll – é dedicada aos temas da toxicomania e da sexualidade como sintomas expressivos dos dias de hoje. Assim como a adição, os processos atuais de transformação corporal são respostas ao mal estar contemporâneo, revelando um gozo excedente, que transpõe os limites do prazer e, além disso, podem se tornar fenômenos de segregação.

TEXTOS

A opinião lacaniana

Christiane Alberti (AME–AMP/ECF)

O que nos ensina a palavra das mulheres na era do #MeToo?
A questão do atentado sexual invadiu a atualidade através de uma tomada de palavra de mulheres, cuja enunciação concreta tocou, acertou no alvo. Esse acontecimento planetário constituiu inegavelmente uma brecha no discurso, estilhaçando a capa de chumbo de um silêncio que remonta a muito longe.

Amor e anti-amor em Amy Winehouse

Jésus Santiago (AME – EBP/AMP)

É provável que Amy seja um caso de exceção à tese de que a toxicomania seja uma tendência contrária ao amor que, como propõe Miller, “é um anti-amor, pois prescinde do parceiro sexual e se concentra no parceiro (a)sexuado domais gozar” [1] . Ao tratar do caso de Amy, escolheu-se colocar o foco no questionamento do modo singular em que a ruptura fálica própria da drogadição acontece na sexuação feminina. Assim, a ruptura fálica e o amor-devastação não são coisas que andam juntas em sujeitos nos quais prevalece o não-todo fálico?…

Bordas para o indizível: da maldita ao bem-dito

Relatoras: Cláudia Reis (EBP/AMP) e Cristina Pinelli (EBP/AMP)

A invenção da psicanálise, por Freud, se deu a partir de uma articulação entre o dito e o não-dito. É o que Freud aprendeu com o caso Elizabeth von R. quando constata que a paciente apresentava no corpo o afeto ligado à representação pulsional recalcada. O afeto desvinculado de um dizer poderia ser localizado no corpo, como uma excitação.

A feminização como fetiche

Claudia Murta (EBP/AMP)

O fetiche, segundo Freud, no texto fundamental sobre o “Fetichismo,”1 é um símbolo do pênis, um pênis muito especial, o pênis da mãe que a criança outrora acreditava existir, contudo  a criança, mesmo sabendo que não existe, se recusa a acreditar que não existe e, desse modo, elege um fetiche, algo que substitui o pênis da mãe tão especialmente adorado.

LABIRINTOS

Bicho de sete cabeças

“Não tem dó no peito / Não tem jeito / Não tem coração que esqueça / Não tem ninguém que mereça / Não tem pé não tem cabeça / Não dá pé não é direito / Não foi nada eu não fiz nada disso / E você fez um bicho de sete cabeças / Bicho de sete cabeças.” Esses versos de Geraldo Azevedo, cantados por Zeca Baleiro, acompanham as cenas finais do filme Bicho de sete cabeças, baseado na obra Canto dos Malditos, de Austregésilo Carrano Bueno. Tais cenas acompanham surtos, dores, abandonos, gritos e a mais pura dor da negligência dentro de um hospital psiquiátrico…

amurados – Boletim Eletrônico das II Jornadas da Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Leste-oeste
Comissão amurados: Adriana Gomes Pessoa (coordenadora),  André Luiz Pacheco da Silva,
Regina Cheli Prati, Rosangela Ribeiro, Simone Vieira, Victor Caetano Pereira Rocha e Waléria Paixão.
Designer: Bruno Senna – sennabruno@gmail.com
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