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Editorial Boletim amurados #03

Editorial

Por Victor Caetano – Comissão de boletim
thefanzine.com/gaspar-noes-love /
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A tendência do amor é a de ir em direção ao mesmo. A partir dessa premissa do filósofo iluminista Voltaire, Alexandre Stevens questiona a posição narcísica do amor. Stevens convoca Freud para essa discussão, reconhecendo que ele, um século e meio mais tarde, manteria tal dimensão narcísica. Posteriormente, a inserção do ensino de Lacan é, segundo Stevens, um ponto de inflexão, visto que, aqui, “o amor, não é somente narcísico. Ele tem uma função de suplência. Na falta da existência da relação sexual, é o amor que vem em suplência, certamente na ilusão”. Assim, o amor tropeça! Ele não faz Um e, muitas vezes, torna-se um drama. Todavia, o amor pode, também, ser um dos Nomes-do-Pai, como esclarece o autor.

Já no texto “Entre um gozo que não se fala e a conversação viva de amor” de Letícia Ferreira Braga, parte-se do ponto de apoio lacaniano de que há algo além do Outro para, assim, falar do gozo que existe na falta significante que faz S(Ⱥ). Articulando Freud com Éric Laurent e Jacques-Allain Miller, estes últimos atravessados pelo ensino de Lacan, a autora argumenta, entre outras questões, sobre como se dá a transmissão de gozo para os seres falantes na posição feminina.

Em cortes medievais, jovens cavalheiros esperavam que uma dama reconhecesse, entre eles, o amor sincero e desinteressado. Nessa perspectiva, Simone Vieira reflete, em seu artigo, sobre o amor que se encontra no espelho narcísico, ou seja, no amor cortês, isto é, o amor como a invenção de um laço além do erótico, que representa o impossível do laço com o objeto. Regina Cheli acrescenta a essa discussão sobre o amor cortês o filme “A Carta” (1999) de Manoel de Oliveira, baseado no romance “A princesa de Clèves” (1678), de Madame de Lafayette. Ambas as obras são as indicações culturais desta edição do boletim amurados em Labirintos, rubrica que a comissão propõe para trazer ao leitor como o amor em tempos de cólera pode aparecer na produção artística.

Confira também, neste boletim, os aforismáticos fragmentos de amuro! Neles, colegas convidados de nossa seção trazem breves e provocantes comentários sobre máximas lacanianas a respeito do amor.

Ademais, reforçamos o convite aos colegas da Seção Leste- Oeste a elaborar sobre o amor nos tempos das cóleras! As orientações para submissão de trabalhos a serem acolhidos por nossa Comissão Científica estão detalhadas no link:

https://www.ebp.org.br/slo/index.php/jornadas/ii-jornadas-ebp-secao-lo-amor-no-tempo-das-coleras/submissao-de-trabalhos/

Boa leitura e bom trabalho!

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