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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

283

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“Parece-me que certas dificuldades especiais perturbam o estudo direto do

narcisismo. Nosso principal meio de acesso a ele continuará a ser provavelmente

a análise das parafrenias. Assim como as neuroses de transferência nos

permitiram traçar os impulsos instintuais libidinais, também a demência precoce

e a paranóia nos fornecerão uma compreensão interna (

insight

) da psicologia do

eu.”

p. 98

“Podemos decidir considerar a erogenicidade como uma característica geral

de todos os órgãos e, então, podemos falar de um aumento ou diminuição

dela numa parte específica do corpo. Para cada uma das modificações na

erogenicidade dos órgãos poderia, então, verificar–se uma modificação paralela

da catexia libidinal no eu. Tais fatores constituíram aquilo que acreditamos estar

subjacente à hipocondria e aquilo que pode exercer o mesmo efeito sobre a

distribuição da libido tal como produzida por uma doença material dos órgãos.”

p .100

“Uma comparação entre os sexos masculino e feminino indica então que existem

diferenças fundamentais entre eles no tocante a seu tipo de escolha objetal,

embora essas diferenças naturalmente não sejam universais. O amor objetal

completo do tipo de ligação é, propriamente falando, característico do indivíduo

do sexo masculino. Ele exibe a acentuada supervalorização sexual que se origina,

sem dúvida, do narcisismo original da criança, correspondendo assim a uma

transferência desse narcisismo para o objeto sexual.”

p. 105

“Já com o tipo feminino mais freqüentemente encontrado, provavelmente

o mais puro e o mais verdadeiro, o mesmo não ocorre. Com o começo da

puberdade, o amadurecimento dos órgãos sexuais femininos, até então em

estado de latência, parece ocasionar a intensificação do narcisismo original, e isso

é desfavorável para o desenvolvimento de uma verdadeira escolha objetal com a

concomitante supervalorização sexual.”

p. 105

FREUD, Sigmund (1914 – 1916). Suplemento metapsicológico à

teoria dos sonhos. (1917 [1915]). In: _____.

A história do movimento

psicanalítico, artigos sobre metapsicologia e outros trabalhos

. Rio de

Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras

Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 14)

“Na investigação dos estados psiconeuróticos, somos levados a ressaltar em

cada um deles o que se conhece por regressões temporais, isto é, a quantidade

de recessão de desenvolvimento que lhe é peculiar. Distinguimos duas dessas

regressões –uma que afeta o desenvolvimento do eu, e outra, o da libido.

No estado de sono, a última é levada ao ponto de restauração do narcisismo

primitivo, enquanto a primeira remonta à etapa da satisfação alucinatória dos

desejos.”

p. 253-254

“Desse modo, sabemos que os sonhos são inteiramente egoístas e que a pessoa

que desempenha o principal papel em suas cenas deve sempre ser reconhecida

como aquela que sonha. Isso é agora facilmente explicado pelo narcisismo do

estado de sono. O narcisismo e o egoísmo, na realidade, coincidem; a palavra

narcisismo destina–se apenas a ressaltar o fato de que o egoísmo é também um

fenômeno libidinal; ou, expressando-o de outra maneira, o narcisismo pode ser

descrito como o complemento libidinal do egoísmo.”

p. 254

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Luto e melancolía (1915).

Conferência XXII: algumas idéias sobre desenvolvimento e regressão:

etiologia. In: _____.

Conferências introdutórias sobre psicanálise

(parte III)

. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard

Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“A melancolia, portanto, toma emprestado do luto alguns dos seus traços e, do

processo de regressão, desde a escolha objetal narcisista para o narcisismo, os

outros.”

p. 283

“(Na melancolia) O acúmulo de catexia que, de início, fica vinculado e,

terminado o trabalho da melancolia, se torna livre, fazendo com que a mania

seja possível, deve ser ligado à regressão da libido ao narcisismo.”

p. 291

Eu

FREUD, Sigmund (1925 – 1926). A questão da análise leiga (1926).

In: _____.

Um estudo autobiográfico inibições, sintomas e ansiedade,

a questão da análise leiga e outros trabalhos

. Rio de Janeiro: Imago

Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas

Completas de Sigmund Freud, v. 20)

“O eu, como o senhor se recordará, é a camada externa, periférica do isso.

Ora, cremos que na superfície mais externa desse eu há uma instância dirigida

imediatamente para o mundo externo, um sistema, um órgão, através de cuja

excitação somente ocorre o fenômeno que denominamos de consciência.”

p. 225

“Assim, temos afirmado repetidamente que o eu é formado, em grande parte, a

partir de identificações que tomam o lugar de catexias abandonadas pelo isso;

que a primeira dessas identificações sempre se comporta como uma instância

especial no eu e dele se mantém à parte sob a forma de um supereu: enquanto

Sigmund Freud