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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

273

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1ª. Lição

“Essa fixação da vida psíquica aos traumas patogênicos é um

dos caracteres mais importantes da neurose e dos que têm maior significação

prática.”

p. 19

4ª. lição

“Os mais profundamente atingidos pela repressão são

primeiramente, e sobretudo, os prazeres infantis coprófilos, isto é, os que se

relacionam com os excrementos, e, em segundo lugar, os da fixação às pessoas da

primitiva escolha de objeto.”

p. 42

FREUD, Sigmund (1901 – 1905). Sobre a tendência universal a

depreciação amorosa (Contribuições à psicología do amor II – 1912).

In: _____.

Cinco lições de psicanálise, Lonardo da Vinci e outros

trabalhos

. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976 (Edição Standard

Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 11)

“Não vacilo em admitir que os dois fatores em atividade na impotência psíquica,

no sentido estrito –os fatores de intensa fixação incestuosa, na infância, e a

frustração devida à realidade, na adolescência– respondam também por esta

característica extremamente comum do amor dos homens civilizados.”

p. 169

FREUD, Sigmund (1914 – 1916). Luto e melancolía (1917 [1915]).

In: _____.

A história do movimento psicanalítico, artigos sobre

metapsicologia e outros trabalhos

. Rio de Janeiro: Imago Editora,

1976

(Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas

de Sigmund Freud, v. 14)

“Do mesmo modo que o luto compele o eu a desistir do objeto, declarando-o

morto e oferecendo ao eu o incentivo de continuar a viver, assim também

cada luta isolada da ambivalência distende a fixação da libido ao objeto,

depreciando-o, denegrindo-o e mesmo, por assim dizer, matando-o.”

p. 290

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Teoria geral das neuroses

(1917 [1916 – 17]). Conferência XXII: algumas idéias sobre

desenvolvimento e regressão: etiologia. In: _____.

Conferências

introdutórias sobre psicanálise (parte III)

. Rio de Janeiro: Imago

Editora, 1976 (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas

Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“(…) Permitam-me ainda esclarecer que nos propomos descrever o retardamento

de uma tendência parcial num estádio anterior como sendo uma

fixação

. Isto é,

uma fixação da pulsão”.(…) “É plausível supor que a fixação e a regressão não

sejam independentes uma da outra. Quanto mais intensas as fixações em seu

rumo ao desenvolvimento, mais prontamente a função fugirá às dificuldades

externas, regressando às fixações –portanto, mais incapaz se revela a função

desenvolvida de resistir aos obstáculo externos situados em seu caminho”. (…)

“… há regressão de dois tipos: um retorno aos objetos que inicialmente foram

catexizados pela libido, os quais, conforme sabemos, são de natureza incestuosa;

e um retorno da organização sexual como um todo a estádios anteriores.

Ambos os tipos de regressão são encontrados nas neuroses de transferência e

desempenham importante papel no seu mecanismo.”

p. 399

“Podem afirmar numa abreviação esquemática que a fixação libidinal representa

o fator interno, predisponente, da etiologia as neuroses, ao passo que a frustração

representa o fator externo, acidental.”

p. 405

“São as neuroses doenças

exógenas

ou

endógenas

? São elas o resultado

de determinadas experiências de vida prejudiciais (traumáticas)? Mais

particularmente, são elas causadas pela fixação da libido (e pelos outros aspectos

da constituição sexual) ou pela pressão da frustração? (…) “Quanto à sua

causação, os casos de doença neurótica enquadram–se numa série, dentro da

qual os dois fatores – constituição sexual e experiência, ou, se preferirem, fixação

da libido e frustração – estão representados de tal modo que, quando um dos

fatores é mais forte, o outro o é menos.”

p. 407

Descrição de um caso

“Trata–se de um homem que hoje é

praticamente indiferente aos genitais e a outros atrativos das mulheres, mas

que pode ser tomado de irresistível excitação sexual apenas por causa de um pé

que tenha determinada forma, e que calce um sapato. [Ele] Pode recordar um

acontecimento do seu sexto ano de vida, decisivo para a fixação de sua libido.

Estava sentado num banquinho, ao lado da governanta, uma solteirona de meia–

idade, seca, sem atrativos especiais, com olhos azul–claros e nariz arrebitado,

naquele dia estava com algum problema no pé e, por causa disso, mantinha–o

calçado num chinelo de veludo, estendido sobre uma almofada. Sua perna,

propriamente, estava com decência recoberta pela roupa. Um pé fino, magricela

como aquele que vira pertencendo à sua governanta, desde então, se tornou

(após tímida tentativa de atividade sexual normal lna puberdade) seu único

objeto sexual; e o homem se sentia irresistivelmente atraído se um pé assim

se associava mais a outros aspectos, do qu lembrassem a figura da governanta

inglesa. Essa fixação de sua libido, porém, fazia dele não um neurótico mas um

pervertido – que denominamos fetichista do pé.”

p. 407-408

Sigmund Freud