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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

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amiúde parece ser assunto bem arbitrário, quer ressaltemos o lado positivo

de um processo patológico e chamemos o seu resultado de sintoma, quer

ressaltemos seu lado negativo e intitulemos seu resultado de inibição.”

p. 107

“No tocante às inibições, podemos então dizer, em conclusão, que são restrições

da funções do eu que foram ou impostas como medida de precaução ou

acarretadas como resultado de um empobrecimento de energia; e podemos ver

sem dificuldade em que sentido uma inibição difere de um sintoma, porquanto

um sintoma não pode mais ser descrito como um processo que ocorre dentro do

eu ou que atua sobre ele.”

p. 111

“As principais características dos sintomas já foram estudadas há muito e, espero,

estabelecidas sem discussão. Um sintoma é um sinal e um substituto de uma

satisfação pulsional que permaneceu em estado jacente; é uma conseqüência do

processo de repressão.”

p. 112

“O que nos resta agora é considerar a relação entre a formação de sintomas e a

geração de angústia. Parece haver duas opiniões amplamente sustentadas sobre

esse assunto. Uma é que a ansiedade é um sintoma de neurose. A outra é que

existe uma relação muito mais ampla entre as duas. De acordo com a segunda

opinião, os sintomas só se formam a fim de evitar a ansiedade: reúnem a energia

psíquica que de outra forma seria descarregada como angústia. Assim este seria o

fenômeno fundamental e o principal problema da neurose.”

p. 168

“É claro, portanto, que a finalidade e o resultado da condição imposta de ser

acompanhado na rua e que o ato obsessivo de lavar as mãos consistiam em

prevenir irrupções de ansiedade dessa espécie. Nesse sentido, toda inibição que o

eu impõe a si próprio pode ser denominada de sintoma.”

p. 168

“Assim, em nossa opinião, a relação entre a angústia e o sintoma é menos

estreita do que se supunha, pois inserimos o fator da situação de perigo entre

eles. Podemos também acrescentar que a geração de ansiedade põe a geração

de sintomas em movimento e é, na realidade, um requisito prévio dela, pois

se o eu não despertasse a instância de prazer-desprazer gerando ansiedade, não

conseguiria a força para paralisar o processo que se está preparando no isso e que

ameaça com perigo.”

p. 168

Inibição

FREUD, Sigmund (1905). Os chistes e sua relação com inconsciente

(1905). Parte teórica: os chistes e as espécies do cômico. In: _____.

Os chistes e sua relação com o inconsciente

. Rio de Janeiro: Imago

Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas

Completas de Sigmund Freud, v. 8)

“A apreensão do ingênuo processa-se na pessoa que tem as inibições, obtendo

ela sozinha a produção de prazer que o ingênuo deflagra. Aproximamo-nos da

suspeita de que o prazer se origina da suspensão de inibições. Já que o prazer

nos chistes tem a mesma origem –um núcleo de prazer verbal e de prazer no

nonsense, e uma embalagem de prazer na suspensão das inibições ou no alívio da

despesa psíquica

a relação similar com a inibição explica o parentesco interno

entre o ingênuo e os chistes. Em ambos, o prazer se origina pela suspensão da

inibição interna.”

p. 175

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Teoria geral das neuroses

(1917 [1916 – 17]). Conferência XXII: algumas idéias sobre

desenvolvimento e regressão: etiologia. In: _____.

Conferências

introdutórias sobre psicanálise (parte III)

. Rio de Janeiro: Imago

Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas

Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“Penso que estamos de acordo com as teorias da patologia geral ao supormos que

um desenvolvimento dessa espécie envolve dois perigos: primeiro, de inibição,

e, segundo, de regressão. Isto é, em vista da tendência geral dos processos

biológicos à variação, não há como fugir ao fato de que nem todas as fases

preparatórias são ultrapassadas com igual êxito e superadas completamente:

partes da função serão retidas permanentemente nesses estádios iniciais e o

quadro total do desenvolvimento será limitado por determinada quantidade de

inibição de desenvolvimento.”

p. 397

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Teoria geral das neuroses (1917

[1916 – 17]). Conferência XVIII: os caminhos na formação dos

síntomas. In: _____.

C

onferências introdutórias sobre psicanálise

(parte III)

. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard

Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“(…) Sem dúvida, deve haver uma convergência de todos os tipos de coisas,

para que tal não se torne o resultado completo de sua evolução; na verdade,

sabe-se muito bem com quanta freqüência os artistas, em especial, sofrem

de uma inibição parcial de sua eficiência devido à neurose. Sua constituição

provavelmente conta com uma intensa capacidade de sublimação e com

determinado grau de frouxidão nas repressões, o que é decisivo para um conflito.

Um artista encontra, porém, o caminho de retorno à realidade da maneira

expressa a seguir.”

p. 439

Sigmund Freud