

O CORPO FALANTE
X Congresso da AMP,
Rio de Janeiro 2016
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FREUD, Sigmund (1925 – 1926). Inibições, sintomas e ansiedade
(1926 [1925]). In: _____.
Um estudo autobiográfico inibições,
sintomas e ansiedade, a questão da análise leiga e outros trabalhos
.
Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das
Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 20)
“Podemos muito bem denominar de inibição a uma restrição normal de uma
função. Um sintoma, por outro lado, realmente denota a presença de algum
processo patológico. Assim, uma inibição pode ser também um sintoma.
O uso lingüístico, portanto, emprega a palavra inibição quando há uma
simples redução de função, e sintoma quando uma função passou por alguma
modificação inusitada ou quando uma nova manifestação surgiu desta.”
p. 107
“Visto que o conceito da inibição se acha tão intimamente associado com o
da função, talvez fosse valioso examinar as várias funções do eu com vistas a
descobrir as formas que qualquer perturbação dessas funções assume em cada
uma das diferentes afecções neuróticas.”
p. 107
“Passemos então a descrever a inibição de forma a deixar muito pouca dúvida
sobre o que se quer dizer com ela, e digamos que a inibição é a expressão de uma
restrição de uma função do eu.”
p. 109
“… toda inibição que o eu impõe a si próprio pode ser denominada de
sintoma.”
p. 168
FREUD, Sigmund (1937 – 1939). Breves escritos (1937 – 1938).
Achados, idéias, problemas (1941 [1938]). In: _____.
Moisés e
o monoteísmo, esboço de psicanálise e outros trabalhos
. Rio de
Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 23)
3 de agosto
“O fundamento supremo de todas as inibições intelectuais
e de todas as inibições de trabalho parece ser a inibição da masturbação
na infância. Mas talvez isso vá mais fundo; talvez não seja sua inibição por
influências externas, mas sua natureza insatisfatória em si. Há sempre algo que
falta para a descarga e a satisfação completas –
en attendant toujours quelque chose
qui ne venait point
– e essa parte que falta, a reação do orgasmo, manifesta–se em
equivalentes em outras esferas, em absences, acessos de riso, pranto [Xy], e talvez
outras maneiras. – Mais uma vez a sexualidade infantil fixou nisso um modelo.”
p. 336
I /d. Narcisismo, Eu, Isso
Narcisismo
FREUD, Sigmund (1911 – 1913). Notas psicanalíticas sobre um
relato autobiográfico de um caso de paranoia (Dementia Paranóides
– 1911). Sobre o mecanismo da paranoia. In: _____.
O caso de
Schreber, artigos sobre técnica e outros trabalhos
. Rio de Janeiro:
Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 12)
“Pesquisas recentes dirigiram nossa atenção para um estádio do desenvolvimento
da libido, entre o auto-erotismo e o amor objetal. Este estádio recebeu o
nome de narcisismo. O que acontece é o seguinte: chega uma ocasião, no
desenvolvimento do indivíduo, em que ele reúne seus instintos sexuais (que até
aqui haviam estado empenhados em atividades auto-eróticas), a fim de conseguir
um objeto amoroso; e começa por tomar a si próprio, seu próprio corpo, como
objeto amoroso, sendo apenas subseqüentemente que passa daí para a escolha de
alguma outra pessoa que não ele mesmo, como objeto.”
p. 82-83
FREUD, Sigmund (1914 – 1916). Sobre o narcisismo: uma
introdução (1914). In: _____.
A história do movimento psicanalítico,
artigos sobre metapsicologia e outros trabalhos
. Rio de Janeiro: Imago
Editora, 1976.
(Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, v. 14)
“O termo narcisismo deriva da descrição clínica e foi escolhido por Paul Näcke
em 1899 para denotar a atitude de uma pessoa que trata seu próprio corpo da
mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual é comumente tratado – que
o contempla, vale dizer, o afaga e o acaricia até obter satisfação completa através
dessas atividades. Desenvolvido até esse grau, o narcisismo passa a significar
uma perversão que absorveu a totalidade da vida sexual do indivíduo, exibindo,
consequentemente, as características que esperamos encontrar no estudo de
todas as perversões.”
p. 89
“A libido afastada do mundo externo é dirigida para o eu e assim dá margem
a uma atitude que pode ser denominada de narcisismo. Mas a própria
megalomania não constitui uma criação nova; pelo contrário, é, como sabemos,
ampliação e manifestação mais clara de uma condição que já existia previamente.
Isso nos leva a considerar o narcisismo que surge através da indução de catexias
objetais como sendo secundário, superposto a um narcisismo primário que é
obscurecido por diversas influências diferentes.”
p. 91
Sigmund Freud