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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

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complacência somática necessária à conversão, que o impulso para a descarga da

excitação vinda do inconsciente utiliza, tanto quanto possível, qualquer via de

descarga já transitável. Muito mais fácil do que criar uma nova conversão parece

ser a produção de vínculos associativos entre um novo pensamento carente

de descarga e o antigo, que já não precisa dela. Pela via assim facilitada flui a

excitação da nova fonte excitante para o antigo ponto de descarga, e o sintoma se

assemelha, segundo as palavras do Evangelho, a um odre velho repleto de vinho

novo. Por estas observações, a parte somática do sintoma histérico parece ser a

mais estável e a mais difícil de substituir, enquanto a psíquica se afigura como

o elemento mais variável e mais facilmente substituível. Todavia, não se deve

pretender inferir dessa relação nenhuma hierarquia entre os dois elementos. Para

a terapia psíquica, a parte psíquica é sempre a mais significativa.”

p. 56-57

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Teoria geral das neuroses (1917

[1916–17]). Conferência XVII: o sentido dos síntomas. In: _____.

Conferências introdutórias sobre psicanálise (parte III)

. Rio de

Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras

Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“O sentido de um sintoma, conforme verificamos, possui determinada conexão

com a experiência do paciente. Quanto mais individual for a forma dos

sintomas, mais motivos teremos para esperar que seremos capazes de estabelecer

esta conexão. A tarefa, então, consiste simplesmente em descobrir, com relação a

uma idéia sem sentido e uma ação despropositada, a situação passada em que a

idéia se justificou e a ação serviu a um propósito.”

p. 319

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Teoria geral das neuroses (1917

[1916 – 17]). Conferência XVIII: fixação em traumas: o inconsciente.

In: _____.

Conferências introdutórias sobre psicanálise (parte III)

.

Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das

Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“Temos incluído duas coisas como ‘sentido’ de um sintoma: o seu ‘de onde’

e seu ‘para quê’ ou sua ‘finalidade’ –ou seja, as impressões e experiências das

quais surgiu e as intenções a que serve. Assim, o ‘de onde’ de um sintoma se

reduz a impressões que vieram do exterior, que uma vez foram necessariamente

conscientes e podem, a partir daí, ter-se tornado inconscientes através do

esquecimento. O ‘para quê’ de um sintoma, seu propósito, no entanto, é

invariavelmente um processo endopsíquico, que possivelmente teria sido

consciente, no início, mas pode igualmente não ter sido jamais consciente

e ter permanecido no inconsciente desde o início. Por isso, não é de grande

importância se a amnésia influenciou também o ‘de onde’ –as experiências

em que o sintoma se baseia– como acontece na histeria; é no ‘para quê’, no

propósito do sintoma que pode ter sido inconsciente desde o início, que se

baseia sua dependência do inconsciente –e não menos firmemente na neurose

obsessiva do que na histeria.”

p. 335

FREUD, Sigmund (1916 – 1917). Teoria geral das neuroses (1917

[1916–17]). Conferência XIX: resistência e reclaque. In: _____.

Conferências introdutórias sobre psicanálise (parte III)

. Rio de

Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras

Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 16)

“Já sabemos, através da observação de Breuer, que há uma precondição para a

existência de um sintoma: algum processo mental deve não ter sido conduzido

normalmente até seu objetivo normal –que era o objetivo de poder tornar-se

consciente. O sintoma é o substituto daquilo que não aconteceu nesse ponto.”

p. 346

“Os sintomas, conforme sabemos, são um substituto de algo que foi afastado

pela repressão. Entretanto, vai uma longa distância, ainda, desde a repressão

à compreensão dessa estrutura substitutiva. Quanto a este outro aspecto do

problema, surgem de nossas observações sobre a repressão as seguintes perguntas

a que espécie de impulsos está sujeita à repressão? por que forças ela se efetua?

e por que motivos? Até agora, temos somente uma parcela de informação a

respeito destes pontos. Ao investigar a resistência, constatamos que ela emana

de forças do eu, de traços de caráter conhecidos e latentes. São estes, pois, os

responsáveis pelo recalque, ou, pelo menos, têm uma participação nela.”

p. 350

FREUD, Sigmund (1925 – 1926). Inibições, sintomas e ansiedade

(1926 [1925]). In: _____.

Um estudo autobiográfico inibições,

sintomas e ansiedade, a questão da análise leiga e outros trabalhos

.

Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das

Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 20)

“Um sintoma, por outro lado, realmente denota a presença de algum

processo patológico. Assim, uma inibição pode ser também um sintoma.

O uso lingüístico, portanto, emprega a palavra inibição quando há uma

simples redução de função, e sintoma quando uma função passou por alguma

modificação inusitada ou quando uma nova manifestação surgiu desta. Muito

Sigmund Freud