Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  266-267 / 536 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 266-267 / 536 Next Page
Page Background

O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

267

266

FREUD, Sigmund (1925 – 1926). Dois verbetes de enciclopédia

(1923). A teoria do libido.

In: _____.

Além do princípio de prazer,

psicologia de grupo e outros trabalhos

. Rio de Janeiro: Imago Editora,

1976 (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas

de Sigmund Freud, v. 18)

“O que se escreve como pulsão sexual mostra ser de uma natureza altamente

complexa e sujeita a decompor–se novamente em suas pulsões componentes.

Cada pulsão componente é inalteravelmente caracterizada por sua

fonte

, isto é,

pela região ou zona do corpo da qual sua excitação se deriva. Cada uma delas

possui, ademais, como aspectos distinguíveis um

objeto

e um

objetivo.

O objetivo

é sempre a descarga acompanhada pela satisfação, mas é capazde ser mudada

da atividade para a passividade. O objeto acha-se menos estreitamente ligado

à pulsão do se supôs a princípio; é facilmente trocado por outro e, além disso,

uma pulsão qu possuia um objeto externo pode ser voltada para o próprio eu

do sujeito. As pulsões separadas podem permanecer independentes uma das

outras ou –de um modo ainda inexplicável– combinar-se e fundir-se uma com

as outras, para realizar um trabalho em comum. Podem também substituir-se

mutuamente e transferir sua catexia libidinal uma para as outras, de forma que

a satisfação de uma determinada pulsão pode assumir o lugar da satisfação de

outras. A vicissitude mais importante que uma pulsão pode experimentar parece

ser a

sublimação

; aqui tanto o objeto quanto o objetivo são modificados; assim,

o que originalmente era uma pulsão sexual encontra sua satisfação em alguma

realização que não é mais sexual, mas de uma valoração social ou ética superior.

Esses diferentes aspectos ainda não se combinam para formar um quadro

integral.”

p. 309

FREUD, Sigmund (1923 – 1925). As dus classes de instintos. In:

_____.

O ego e o id e outros trabalhos

. Rio de Janeiro: Imago Editora,

1976. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas

de Sigmund Freud, v. 19)

“(…)

temos de distinguir duas classes de pulsões, uma das quais, as pulsões

sexuais ou Eros, é, de longe, a mais conspícua e acessível ao estudo. Ela abrange

não apenas a pulsão sexual desinibida quanto ao objetivo ou sublimada que dela

derivam, mas também a pulsão autopreservativa, que deve ser atribuida ao eu e

que, no início de nosso trabalho analítico, tínhamos boas razões para contrastar

com as pulsões objetais sexuais. A segunda classe de pulsões não foi tão fácil

de indicar; ao final viemos a reconhecer o sadismo como seu representante.

Com basse em considerações teóricas, apoiadas pela biologia, apresentamos

a hipótese de uma pulsão de morte, cuja tarefa é conduzir a vida orgânica de

volta ao estado inanimado; por outro lado, imaginamos que Eros, por ocasionar

uma combinação de consequências

cada vez mais amplas das partículas em que

a substância viva se acha dispersa, visa a complicar a vida e, ao mesmo tempo,

naturalmente, a preservá-la. Agindo dessa maneira, ambas as pulsões seriam

conservadoras no sentido mais estrito da palavra, visto que ambas estariam

se esforçando para restabelecer um estado de coisas que foi perturbado pelo

surgimento da vida. O surgimento da vida seria , então, a causa da continuação

da vida e tambem, ao mesmo tempo, do esforço no sentido da morte. E a

própria vida seria um conflito e uma conciliação entre essas duas tendências.

O problema da origem da vida permaneceria cosmológico, e o problema do

objetivo e propósito da vida seria respondido dualisticamente.”

p. 54

“Segundo este ponto de vista, um processo fisiológico especial (de anabolismo

ou catabolismo) estaria associado a cada um, as duas classes de pulsões; ambas

estariam ativas em toda partícula de substância viva, ainda que em proporções

desiguais, de maneira que determinada substância poderia ser o principal

representante de Eros.”

p. 55-56

FREUD, Sigmund (1923 – 1925). O problema econômico do

masoquismo (1924). In: _____.

O ego e o id e outros trabalhos

. Rio de

Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição Standard Brasileira das Obras

Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 19)

“O masoquismo moral, , (…) se torna uma prova clássica da existência da fusão

pulsional. Seu perigo reside no fato de ele originar-se da pulsão de morte e

corresponder à parte dessa pulsão que escapou de ser voltada para fora, como

pulsão de destruição.”

p. 212

FREUD, Sigmund (1927–1931). O mal–estar na civilização (1930

[1929]). In: _____.

O futuro de uma ilusão, o mal-estar na civilização

e outros trabalhos

. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (Edição

Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund

Freud, v. 21)

“(…) é impossível desprezar o ponto até o qual a civilização é construida sobre

uma renúncia pulsional, o quanto ela pressupõe exatamente a não–satisfação

(pela opressão, recalque ou algum outro meio?) de pulsões poderosas. Essa

‘frustração cultural’ domina o grande campo dos relacionamentos sociais entre

os seres humanos. Como já sabemos, é a causa da hostilidade contra a qual todas

as civilizações têm de lutar. (…) Não é fácil

entender como pode ser possível

privar de satisfação uma pulsão. Não se faz isso impunimente. Se a perda não

Sigmund Freud