

O CORPO FALANTE
X Congresso da AMP,
Rio de Janeiro 2016
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implica que angústia ocupa uma posição excepcional entre os estados afetivos.
Na minha opinião, os outros afetos são também reproduções de experiências
muitos antigas…”
p. 156
“A angústia, por conseguinte, é por um lado, uma expectativa de um trauma,
e, por outro, uma repetição dele em forma atenuada… Sua vinculação com a
expectativa pertence à situação de perigo, ao passo que sua indefinição e falta de
objeto pertencem à situação traumática de desamparo –a situação que é prevista
na situação de perigo.”
p. 191
I /b. Sexualidade, Zonas erógenas, Libido,
Sublimação
FREUD, Sigmund (1901 – 1905). Três ensaios sobre a teoria da
sexualidade (1905). In: _____.
Um caso de histeria, três ensaios sobre
a teoria da sexualidade e outros trabalhos
. Rio de Janeiro: Imago
Editora, 1980 (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, v. 7)
“Uma impressão muito peculiar resulta dos casos em que o objeto sexual normal
é substituído por outro que guarda certa relação com ele, mas que é totalmente
impróprio para servir ao alvo sexual normal.”
p. 143
“O substituto do objeto sexual geralmente é uma parte do corpo (os pés,
os cabelos) muito pouco apropriado para fins sexuais, ou então um objeto
inanimado que mantém uma relação demonstrável como a pessoa quem
substitui, de preferencia com a a sexualidade dela (um artigo de vestuário, uma
peça intima).”
p. 144
“… os sintomas representam um substituto de aspirações que extraem sua força
da fonte da pulsão sexual.”
p. 154
“Portanto, os sintomas se forma, em parte, às expensas da sexualidade anormal;
a neurose é, por assim dizer, o negativo da perversão
.”
p. 155
“Pulsão, portanto, é um dos conceitos da delimitação entre o anímico e o
físico… O que distingue as pulsões entre si e as dota de propriedades específicas
é sua relação com suas fontes somáticas e seus alvos. A fonte da pulsão é um
processo excitatório num órgão, e seu alvo imediato consiste na supressão desse
estímulo orgânico.”
p. 157-158
“A atividade sexual apoia-se primeiramente numa das funções que servem à
preservação da vida, e só depois torna-se independente delas… A necessidade
de repetir a satisfação sexual dissocia-se então da necessidade de absorção do
alimento…”
p. 170
“No chuchar ou sugar com deleite já podemos observar as três caraterísticas de
uma manifestação sexual infantil. Esta nasce apoiando-se em uma das funções
sexuais somáticas vitais, ainda não reconhece nenhum objeto sexual, sendo
auto-erótica,
e seu alvo sexual acha-se sob o domínio de uma zona erógena.
Antecipemos que essas caraterísticas são válidas também para a maioria de outras
atividades das pulsões sexuais infantis.”
p. 171
“Do exemplo do chuchar podemos ainda deduzir várias coisas para a
caracterização do que é uma zona erógena. Trata-se de uma parte da pele ou da
mucosa em que certos tipos de estimulação provocam uma sensação prazerosa de
determinada qualidade.”
p. 171
“Contudo, devemos admitir que também a vida sexual infantil, apesar da
dominação preponderante das zonas erógenas, exibe componentes que desde
o inicio envolvem outras pessoas como objetos sexuais. Dessa natureza são as
pulsões do prazer de olhar e de exibir, bem como a de crueldade, que aparecem
com certa independência das zonas erógenas e só mais tarde entram em relações
estreitas com a vida genital, mas que já na infância se fazem notar como
aspirações autônomas, inicialmente separadas da atividade sexual erógena.”
p. 179
“Estabelecemos o conceito de
libido
como uma força quantitativamente variável
que poderia medir os processos e transformações no âmbito da excitação
sexual… A análise das perversões e das psiconeuroses levou-nos à compreensão
de que essa excitação sexual é fornecida não só pelas chamadas partes sexuais,
mas por todos s órgão do corpo.”
p. 204
FREUD, Sigmund (1923 – 1925). A organização genital infantil:
uma interpolação na teoria da sexualidade (1923). In: _____.
O ego e
o id e outros trabalhos
. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1980 (Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund
Freud, v. 19)
“A aproximação da vida sexual da criança à do adulto vai muito além e não se
limita unicamente ao surgimento da escolha de um objeto… a caraterística
principal dessa ‘organização genital infantil’, é sua diferença da organização
genital final do adulto. Ela consiste no fato de, para ambos os sexos, entrar em
Sigmund Freud