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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

325

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“(…) apresenta o gozo do sintoma, esse gozo oculto como algo estranho, que

tem

Befremdung

, que não é familiar nem reconhecível. Aqui Freud fala do auto-

erotismo ampliado do sintoma, que constitui uma modificação do ser mesmo do

sujeito e, eventualmente, do seu próprio corpo.”

p. 30

Faz com que a castração, o (–

φ

), retorne sobre o próprio gozo. Isso implica,

finalmente, pensar a relação entre a linguagem e o corpo que, para Lacan, se

traduz como a captura do corpo pela estrutura com seu duplo efeito: de um

lado, o (–

φ

), a estrutura leva a castração ao gozo, o deserto de gozo; do outro, o

suplemento, o objeto

a

.”

p. 33

Miller, J.-A. A introdução ao inconsciente. Falo: Revista Brasileira do

Campo Freudiano, Fator II, vol. II. Salvador, 1988

“ (…) introduzir o paciente numa primeira localização de sua posição, em

relação ao seu dito. É o que acabei de demonstrar, que só podemos nos

aproximar do real através do dito.”

p. 118

“A introdução ao inconsciente é, na realidade, uma introdução à falta-a-ser. O

sujeito é uma falta-a-ser, isto é, não tem substância, propriamente existe apenas

como a torção dos três tempos.”

p. 122

“Porém, o neurótico, é justamente o sujeito que tem a mais aguda experiência

da falta da causa-de-ser, que pode experimentar a falta de necessidade de sua

vida, quer seja a ansiedade que pode desaparecer amanhã, quer a contingência

fundamental de sua existência.”

p. 123

“Quando alguém encontra algo impossível, pode dizer isso é real, e localizar o

real como excluído, porém, dentro do próprio campo da linguagem.”

p. 134

Miller, J.-A. Os usos do lapso. In:Agente. Revista de Psicanálise Nº13,

vol. VII. Salvador: EBP- BA, 2000. Tradução: Marise Pinto

“(…) E, por aí, o S1 aqui, que joga essa função eminente no inconsciente, sob a

forma dessas falas que marcam você, esse S1, ele está ao mesmo tempo veiculado

e acarretado no discurso universal.”

p. 18

“Não: quando Freud quer fazer o público acreditar na noção que o inconsciente

é do real, ele recorre ao inconsciente-mestre, ele coloca em evidencia as ações

compulsivas, repetitivas, em que o sujeito aparece evidentemente como

comandado por algo mais forte do que ele, como eu quando chego atrasado a

este

curso.

p. 19

“Isto é, que tudo isso, a articulação do inconsciente-verdade, do inconsciente-

mestre e do inconsciente-saber, era feito para gozar, era feito para obter o

Lustgewinn

, um ganho de prazer.”

p. 20

Miller, J.-A. Biologia Lacaniana e acontecimento de corpo. In:

Opção Lacaniana Nº41. Eólia, São Paulo, 2004. Tradução: Ana Lúcia

Paranhos Pessoa

“(…) Isto nos diz qualquer coisa de fundamental sobre o estatuto do corpo,

deste corpo que dá o modelo imaginário do Um. Identificamos de alguma forma

espontáneamente, imaginariamente, o corpo e o ser vivo. (…) Se é lícito, para o

animal, identificar o ser e o corpo, não o é para a espécie humana. Isto concerne

ao estatuto do corpo falante: o corpo não avulta do ser, mas do ter.”

p. 13

“(…) Lacan, no contexto onde tomou a fala, disse que a biología freudiana não é

a biología. Com efeito, a morte de que se trata na pulsão de morte não é a morte

biológica, não é o simples retorno do corpo vivo ao inanimado. É morte em

que se trata do além da vida. Uma biología que inclui a pulsão de morte é uma

biología do além da vida, mas um além da vida que está aberto ao ser falante

pela língua. Este além da vida é materializado pela sepultura, visto que a espécie

humana é a única em que o corpo morto conserva seu valor.”

p. 14

Miller, J. A. Silet – os paradoxos da pulsão, de Freud a Lacan. Jorge

Zahar Editorial, Rio de Janeiro, 2005

“(…) Ora, o corpo lacaniano é imaginário. Só se introduz na experiencia

analítica, na metapsicología, na teoría do significante, por meio da imagem. Esta

é a lição do estágio do espelho. Por isso, há uma conexão esencial entre o gozo

e a imagem. E foi o que fez com que, quando falei aqui pela primeira vez sobre

o imaginário, eu desse como título “As prisões do gozo”, a fim de qualificar as

imagens no sentido de Lacan.”

p. 81

Miller, J. A. Nota passo a passo In: O Seminário:,

O Sinthoma

. Livro

23 (1975-1976) de J. Lacan, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editorial

2007. Tradução: Sérgio Laia

“(…) E cabe a Lacan se interrogar então sobre a origem verdadeira do

significante Um.

“(…) A resposta está aquí, nessa página do

Sinthoma,

que sugere que o corpo

poderia ser o modelo, ou seja, a origen imaginária, não do

um

-

todo-só

, que é

significante, marca, traço, corte, mas do

um-a-mais

que é o conjunto vazio.

Trata-se de dizer, simplesmente, que o corpo existe como saco de pele, vazio,

fora e ao lado de seus órgãos.”

p. 213

Jacques-Alain Miller