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Uma das hipóteses de Lacan sobre o surgiment o
da psicanálise consiste emafirmar que o sujeito da
psicanálise é o sujeito recusado pela ciênciamoderna.
Uma consequência lógica desse lema consiste emcolocar
a seguinte proposição: a psicanálise só pôde surgir
após o advento da ciênciamoderna. Encontramos aí
uma justificativa para explorarmos umpoucomais a
relação de Freud comuma das ciências de sua época, a
biologia.
Neste seminário investigaremos a incorporação de algumas
ideias da biologia na teoria da psicanálise realizadas por
Freud sobre três modos de explicar a vida. O primeiro
modo é marcado por uma influência do fisicalismo e do
mecanicismo biológico, inspirado nos ideais cientificistas
da físico-química. Trata-se do ponto de vista econômico e
energético do aparelho psíquico. O segundo é encontrado
nos conceitos influenciados pelo vitalismo biológico,
ilustrado principalmente pela teoria da libido e das
pulsões. Do que se trata a energia sexual? Há uma relação
entre a noção de élan vital e pulsão de vida? Conceitos
como aparelho, barreiras de contato, transmissão, rede
significantes, arranjos lógicos, cadeias, circuitos, energia,
entre outros, são geralmente utilizados pelos modelos
organicistas da biologia, fortemente influenciados
pela teoria da informação, inicialmente denominada
cibernética. Apesar de construir uma teoria da clínica
autônoma da biologia funcional e da fisiologia, Freud irá
adaptar certas noções para explicar “causas próximas” dos
fenômenos psíquicos, por exemplo, na teoria do conflito
entre Eros e Thanatos. No entanto, ao subverter essas
noções e incorporá-las na metapsicologia, Freud torna
praticamente inócuo o papel dos fatos biológicos na
experiência da psicanálise demonstrando uma primazia do
psíquico sobre o corpo.
No entanto, será diferente em relação à Darwin. Noções
fundamentais da biologia evolucionista perdurarão
até o fim da sua obra, encontradas principalmente nas
explicações sobre os pontos mais opacos da experiência
psicanalítica. Em um de seus últimos artigos, Análise
Terminável e Interminável, Freud dá a seguinte resposta
à pergunta de Ferenczi sobre o problema da feminilidade:
“[...] para o campo psíquico, o campo biológico
desempenha realmente o papel de fundo subjacente. O
repúdio da feminilidade pode ser nada mais do que um
fato biológico, uma parte do grande enigma do sexo”
(FREUD, 1937). Não se trata aí da biologia funcional e
das causas próximas,mas da biologia evolucionista. A razão
de ser do repúdio à feminilidade é explicada por Freud a
partir de causas remotas (distantes). Freud se apoia na
teoria da recapitulação formulada por Ernest Haeckel,
um dos discípulos de Darwin. Sobre esse ponto, Lacan
discorda veemente de Freud e apela à lógica matemática
para iluminar o continente negro da psicanálise. O norte
lacaniano: o Outro que não existe; sua bússola: a lógica do
não-todo.
Luis Francisco E. Camargo
(Psicanalista, membro da EBP e AMP)
Comentário deTeresa Pavone sobre
“Declínio da intimidade”, conferência
deMarceloVeras.
http://www.ebpsc.com.
br/wordpress/wp-content/uploads/o_declinio_
da_intimidade.pdf
Laureci Nunes, Diretora da X
Jornada da EBP-SC.
http://www.ebpsc.
com.br/wordpress/wp-content/uploads/o_corpo_que_se_tem_e_o_que_escapa1.pdf
ACONTECE
No Sul da EBP
Seminário Psicanálise e Biologia:
“Abiologia freudiana”