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Muitas

vezes “Dois

irmãos”

e outras

histórias

O Salão do Livro de Paris deste ano prestou pela

segunda vez homenagem especial ao Brasil – a

primeira foi em 1998. E para mostrar ao público

francês a diversidade e universalidade da literatura

brasileira, 43 autores brasileiros, dos 48 que foram

convidados, estiveram presentes. Foram selecionados

autores de obras traduzidas para o francês e a escolha

pretendeu abranger diferentes estilos literários,

escritores novos e consagrados, homens e mulheres,

de diferentes etnias, regiões e realidades culturais do

país. O evento, realizado no Centro de Convenções

Porta de Versailles, de 20 a 23 de março de 2015,

contou com 1200 editores e recebeu cerca de 180 mil

visitantes. Nos 500 m

2

do movimentado Pavilhão

do Brasil, havia espaços para debates, além de uma

livraria montada pela FNAC, com obras de escritores

brasileiros, algumas em português e outras traduzidas

para o francês. Os escritores ficaram hospedados no

Hotel Bedford, no bairro da Madeleine. Imagine que

nesse hotel, aliás ótimo, viveu o compositor Heitor

Villa-Lobos entre 1952 e 1959, e foi também onde

Dom Pedro II passou seus últimos dias e faleceu.

Curiosidades à parte, nossos autores foram muito

bem recebidos na capital francesa. Após o café da

manhã no hotel, onde os escritores geralmente se

encontravam, o grupo se dispersava. Eram levados

para o Salão por motoristas disponibilizados pelo

evento de acordo com o horário dos compromissos

de cada um. Sob a forma de mesas e debates, reunidos

em pequenos grupos, conversavam sobre temas

que tinham relação com a sua obra, e em seguida

se dirigiam para as sessões de autógrafos. Poesia,

literatura infantil, quadrinhos, arte urbana, violência

nas cidades, Amazônia, cultura indígena, homenagens

a Guimarães Rosa e Clarice Lispector, apenas para

citar alguns dos muitos assuntos abordados. Nos dias

que se seguiram ao término do evento, as atividades

ainda continuarampara alguns participantes do Salão,

com jornadas, encontros e debates que aconteceram

na Sorbonne, no museu do QuaiBranly e no Centro

Georges Pompidou.

Milton Hatoum foi um dos autores de maior

destaque no Salão. Foi o escritor contemporâneo

brasileiro mais vendido da 35

a

edição do evento, e

um dos quatro que estiveram também presentes no

Salão de 1998.