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BIBLIO
Nº25
Julho/ Agosto 2015
EDITORIAL
As Bibliotecas na Cidade
“Redução damaioridade penal”Que solução é essa?
Há momentos de impasse na trama social que exigemda psicanálise e dos psicanalistas lacanianos uma tomada de posição
e a sua participação no debate público, acima de tudo, quando a lógica da segregação se impõe como resposta ao real sem
lei, sempre presente nas questões fundamentais de nossa sociedade.
Com Freud aprendemos que a pulsão de morte opera em silêncio colonizando e desarranjando todos os âmbitos da
experiência humana. Com Freud também aprendemos que ao darmos a palavra a esse desarranjo, quer dizer, ao fazermos
falar o sujeito que o padece, uma invenção singular pode surgir e mudar o rumo de uma vida que parecia destinada à
catástrofe subjetiva.
A proposta de redução da maioridade penal hoje nos convoca a uma tomada de posição e a uma participação cidadã que
não poderá ser sem o diálogo com outros saberes que nos permitam elucidar algo das complexas questões presentes nos
mal-estares e nos impasses de nossa sociedade contemporânea.
A Biblioteca “Vanessa Nahas”, da
Seção Santa Catarina da Escola Brasileira de Psicanálise
, inaugurou este ano um novo
espaço chamado
“As Bibliotecas na Cidade”
, que tem por finalidade promover o encontro da psicanálise com os saberes
de outras disciplinas que, certamente, tempara contribuir para o avanço da psicanálise nas questões cidadãs.
Nesse
Bibliô25
poderão ler as participações de Rafael Cherobin, colega do campo doDireito, e a minha própria.
Oscar Reymundo
[Diretor de Biblioteca da EBP-SC ]
« Diante da desmaterialização da biblioteca Boltanski propõe a disseminação
dos textos que se agitam com o próprio movimento dos passantes »
Flying Books
Instalação de
Christian Boltanski na ex
Biblioteca Nacional da rua
México, de Buenos Aires, que
dirigira Jorge Luis Borges.
Fotografia de Oscar Reymundo
Redução da maioridade penal. Que solução é essa?:
O projeto de redução da maioridade penal dá provas de que os adolescentes infratores, violentos e
enlouquecidos temse tornadouma alteridade incompreensível para a racionalidade doburocrata escravoda eficiência, da estatística e dos critérios de utilidade comos que
se pretende poder determinar a racionalidade ou a irracionalidade do comportamento de tantos adolescentes que avançam às cegas e sem perspectiva nummundo que
lhes permanece opaco.
Oscar Reymundo
SAIBAMAIS
Maioridade penal: considerações a partir da leitura de “Por que a guerra de S. Freud”:
Poucos temas de caráter político persistem com tanta
vivacidade emmeio à população como a discussão sobre a redução da maioridade penal. Acreditamos, contudo, que a razão de sua proeminência atual, ao contrário do
que se poderia pensar, não se deve tanto à sua importância em relação ao problema da violência ou ao fato de ser umassuntomais palpável ao leigo, mas, antes, em razão
dela tangenciar justamente os cânones sob os quais nossa ordem social e jurídica foi construída, isto é, por tocar no substrato que reflete a dominação de uns sobre outros
na sociedade brasileira, e que oDireito é parte intrínseca.
Rafael Caetano Cherobin
SAIBAMAIS