

Surfando
Um livro só existe
porque leitores há
Enquanto houver leitores,
os livros continuarão a existir.
Foto obtida no site:
http://talewhisper.deviantart.com/art/Reading-166942527Mesmo que sua forma de apresentação se modifique, mesmo que o objeto de papel seja
um dia substituído por máquinas-livros, capazes de transmitir texturas, além dos sons, que
um
talking book
já é capaz de reproduzir hoje.
Questão candente, muitos escritores se debruçaram sobre ela. Um exemplo é Maurice
Blanchot, um escritor que também produziu textos críticos nos quais sua própria escrita é
por ele aproximada à de autores com os quais mantém alguma identificação de trabalho,
tornando-os objeto de questionamentos. Blanchot marca uma diferença entre o grau de
exigências para um ouvinte de músicas, um contemplador de quadros e um leitor. Segundo
ele, a obra plástica e a musical parecem prescindir daquele que a contempla: “A estátua
que se desenterra e que se apresenta à admiração, nada espera, nada recebe, parece, antes,
arrancada ao seu lugar”
1
. O livro, por sua vez, parece por princípio incompleto, necessita
um leitor para realizar-se como tal. “O que é um livro que não se lê? Algo que ainda não está
escrito. Ler seria, pois, não escrever de novo o livro, mas fazer com que o livro se escreva,