

Este livro é um dos principais pontos de referência para o
realismo francês. É caracterizado por sua profunda crítica
a sociedade burguesa do século XIX. O romance marca a
maneira pela qual a esposa, confinada dentro das paredes de
sua casa, busca desesperadamente sentir, pelo menos uma
vez, tudo o que tinha lido nesses romances.
O túnel
, de Ernesto Sabato
“Juntamente com a vida ideal está a vida material, as decisões
mais castas estão amarradas à terra por fios ridículos, mas de
ferro, que não podem ser facilmente rompidos.”
Custa-nos admitir isso em voz alta, mas os níveis sociais
determinam de quem podemos ou não nos apaixonar.
Delimitam fronteiras que proíbem a alguns e permitem a
outros. Vamos pensar, transpor estas fronteiras sociais aos
nos apaixonarmos só acontece nas novelas. Na vida real, há
muitos poucos casos. Assim, vale a pena recomendar um
romance que enfrente esse tabu: o livro que serviu de ponte
condutora entre a literatura universal do Romantismo ao
Realismo: A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas filho.
Acredita-se que Dumas teve um caso passional com uma
jovem cortesã parisiense. Sim, o filho de Alexandre Dumas,
autor de Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo,
um dos escritores mais significativos do romantismo francês,
estava apaixonado por uma cortesã. Você pode imaginar o
escândalo que provocou!
O trabalho é um espelho do romance apaixonado do autor.
Conta a história de Marguerite Gautier e Armand Duval.
Informa como era naquela época a prostituição através dos
costumes e da vida cotidiana da protagonista. Encontramos
também aqueles ciúmes enlouquecedores sobre os quais
já mencionamos e a vingança por parte do protagonista e
narrador.
Uma obra que nos deixa com uma questão sufocante: se os
preconceitos sociais são o que determinam de quem podemos
ou não enamorarmos, será o amor uma casualidade ?
Madame Bovary
, de Flaubert
“O dever é sentir o que é grande,
amar o que é belo, e não aceitar
todas as convenções da sociedade
com a ignomínia que ela nos
impõe. “
Emma, também conhecida como
Madame Bovary, é um bom
exemplo de quão ruim pode ser
ler muitas comédias românticas.
Quando essa assídua leitora
de clichês se casa com Charles
Bovary, percebe que o casamento
não é tudo que contam. Emma
se torna a esposa do rico Charles,
e nada mais que isso. Dessas
mulheres dignas de serem apresentadas à sociedade, mas que
não são vistas como algo mais. Como se chama? Ah sim, a
esposa troféu!
Mas sim, todos precisamos sair da monotonia entediante
que devora o amor na relação de um casal a não ser que este
se concentre em evitá-la a todo custo. O tédio é o maior
destruidor de qualquer relacionamento, e é muitas vezes o
que faz com que muitos abandonem a fidelidade. Qualquer
pessoa que tenha sido capturado pelas garras afiadas da
monotonia fará qualquer coisa para escapar, descobrir novas
emoções e sentimentos que possam convencê-la de que goza
de alguma liberdade.
Esta novela psicológica do escritor argentino Ernesto
Sabato foi publicada em 1948 e foi reconhecida como parte
do existencialismo e elogiada por Albert Camus como a
representante deste.
Desde a primeira linha da obra literária, o leitor sabe: Juan
Pablo Castel, um pintor, que atua como narrador da história,
matou María Iribarne. A novela se desenvolve como uma
espécie de confissão na que o leitor é capaz de viver na
mente do assassino, conhecê-lo a fundo e, até compreendê-
lo. O protagonista, sozinho entre a multidão de Buenos
Aires começa uma obsessão com uma jovem que por azar do
destino prestou demasiada atenção a uma de suas pinturas em
uma exposição. Ao ter a sensação de compreendê-lo o leitor se
converte em cúmplice dos minuciosos atos de Juan Pablo. Há
que ler para entender como esse ser extremamente racional
passou a cometer um crime passional!
Apaixonamento ou obsessão? Existe alguma diferença entre
ambos?
Há muitos, muitíssimos livros a mais para recomendar. O
amor é o tema mais recorrente quando se trata de desvelar a
alma. É provavelmente a mais sublime e tormentosa de nossas
preocupações, essa que nos rouba o sonho das noites e que
durante o dia nos faz andar meio adormecidos. É confuso.
Inexplicável. Vai além do que nos é apresentado hoje, a
partir de simples explicações que são oferecidos para tentar
compreender. E há muito por trás de cada caso de amor, é
por isso que vale a pena agradecer aos bons autores que têm
se preocupado em mostrar-nos o que realmente acontece
quando nos apaixonamos. Os sintomas, sentimentos que vêm
junto a ele... todos esses de que devemos cuidar.
Então, graças aos bons escritores podemos retirar a venda
que nos puseram, essas que desde pequeno nos enganaram,
alterando os contos dos Irmãos Grimm. Essa fita que
geralmente termina com “E eles viveram felizes para sempre”.
* Matéria reproduzida do site:
http://culturacolectiva.com/los-vicios-del-amor-en-4-clasicos-de-la-literatura/
Tradução:
Daniela Araújo, Julia Solano,
Luiz Felipe Monteiro, Rogério Barros
“Penso agora até que ponto o amor cega
e que mágico poder de transformação
tem. A beleza do mundo!”
Por que O Túnel para falar de
apaixonamento? A linha que separa o
apaixonamento da obsessão é muito
mais tênue do que cremos. Se nos
distraímos um pouco a cruzamos em
um abrir e fechar de olhos.