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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

297

296

falta. É então preciso que isso seja um objeto –primeiramente, separável– e

depois, tendo alguma relação com a falta.”

p. 101

Sobre a pseudociese de Anna O.: “Aí ela mostra o quê? – pode-se especular,

seria preciso ainda não se precipitar sobre a linguagem do corpo. Digamos

simplesmente que o domínio da sexualidade mostra um funcionamento natural

dos signos. Neste nível, não são significantes, pois o falso-balão é um sintoma e,

segundo a definição de signo, algo para alguém.”

p. 149

“É na função em que o objeto sexual desliza pela encosta da realidade, e se

apresenta como um pedaço de carne, que surge essa forma de dessexualização

tão manifesta que se chama, na histérica, reação de desgosto. O desejo interessa

–graças a Deus, sabemos demais disso– bem outra coisa, e mesmo coisa

completamente diferente do organismo, sem deixar de implicar, em diversos

níveis, o organismo.”

p. 163

“A integração da sexualidade à dialética do desejo passa pelo jogo daquilo

que, no corpo, merecerá que designemos com o termo de aparelho –se vocês

quiserem mesmo entender com isso aquilo com que, em relação à sexualidade,

o corpo pode aparelhar-se, a se distinguir daquilo como que os corpos se podem

emparelhar.”

p. 163

“A lâmina tem uma borda, ela vem inserir–se na zona erógena, quer dizer, num

dos orifícios do corpo, no que esses orifícios –toda a nossa experiência o mostra–

estão ligados à abertura-fechamento da hiância do inconsciente. As zonas

erógenas estão ligadas ao inconsciente, porque é lá que se amarra a presença do

vivo.”

p. 188

“A libido é o órgão essencial para se compreender a natureza da pulsão. Esse

órgão é irreal. Irreal não é de modo algum imaginário… Mas por ser irreal, isso

não impede um órgão de se encarnar.”

p. 195

“O corpo da ciência, só conceberemos seu porte ao reconhecermos que ele é, na

relação subjetiva, equivalente ao que chamei aqui de objeto minúsculo.”

p. 251

linguagem, Ser falante, Corpo, Gozo do corpo do Outro,

Substancia gozante, Significante, Não há relacão sexual

LACAN, Jacques.

O seminário: mais ainda

, livro 20 (1972 – 1973).

Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. Tradução: M. D. Magno

“(…) que a linguagem não é o ser falante – que eu não me achava deslocado

por ter que falar numa faculdade de direito, pois é onde a existência dos códigos

torna manifesta a linguagem, isto se mantém lá, à parte, constituído ao correr

das eras, ao passo que o ser falante, o que chamamos os homens, é outra coisa.”

p. 10

“O hábito ama o monge, porque é por isso que eles são apenas um. Dito de

outro modo, o que há sob o hábito, e que chamamos de corpo, talvez seja apenas

esse resto que chamo de objeto a.”

p. 14

“… o ser é o gozo do corpo como tal, quer dizer, como assexuado, pois o que

chamamos de gozo sexual é marcado, dominado, pela impossibilidade de

estabelecer, como tal, em parte alguma do enunciável, esse único Um que nos

interessa, o Um da relação sexual.”

p. 15

“… o gozo do Outro, do corpo do Outro, só se promove pela infinitude.”

(…)”o que concerne ao gozo enquanto sexual.” “De um lado o gozo é marcado

por esse furo que não lhe deixa outra via senão a do gozo fálico. Do outro, será

que algo pode ser atingido…”

p. 16

“Para situar, antes de deixá-los, meu significante, proponho-lhes sopesar o que,

da última vez, se inscreveu com minha primeira frase, o gozar de um corpo

,

de

um corpo que, o Outro, o simboliza, e que comporta talvez algo de natureza a

fazer pôr em função uma outra forma de substância, a substância gozante.”

p. 35

“Não é lá que se supõe propriamente a experiência psicanalítica? – a sustância do

corpo, com a condição de que ela se defina apenas como aquilo de que se goza.

Propriedade do corpo vivo, sem dúvida, mas nós não sabemos o que é estar vivo,

senão apenas isto, que um corpo, isso goza.”

p. 35

“(…) Como o sublinha admiravelmente essa espécie de kantiano que era

Sade, só se pode gozar de uma parte do corpo do Outro, pela simples razão

de que jamais se viu um corpo enrolar–se completamente, até incluí–lo e

fagocitá–lo, em torno do corpo do Outro. É por isso que somos reduzidos a um

estreitamentozinho assim, a tomarmos um antebraço, ou não importa o que –

puxa!”

p. 35

“… O significante é a causa do gozo. Sem o significante, como mesmo abordar

aquela parte do corpo? Como, sem o significante, centrar esse algo que, do gozo,

é a causa material? Por mais desmanchado, por mais confuso que isto seja, é uma

parte que, do corpo, é significada nesse depósito.”

p. 36

“Todas as necessidades do ser falante estão contaminadas pelo fato de estarem

implicadas com uma outra satisfação… à qual elas podem faltar. (…) o gozo de

que depende essa satisfação, a que se baseia na linguagem.”

p. 70-71

Jacques Lacan