O corpo do senhor – Psicanálise e Política – Seminário da EBP-Rio (quarto encontro)

Segue o link do seminário Seminário Psicanálise e Política 4 (27.06.2022): https://drive.google.com/file/d/1EPu7zy6b6hzN9Qei3Wf82-ko9ksTs4g_/view?usp=sharing

 Neste quarto encontro, encerramos o semestre, mas, não o trabalho e a discussão sobre Psicanálise e Política, investigando esse tema à brasileira.

Após assentarmos nossas bases a partir da formulação “identificar-se com o sinthoma”, propusemos a leitura de algumas mudanças no Outro da cidade, a seguir estabelecemos quais seriam nossos guias, nossos intercessores no sentido que dá J. A. Miller a este termo. São os que não se apoiam no imaginário do corpo e da identidade para sustentar suas posições e ações, às vezes de sobrevivência, na cidade, mas incluem em sua estratégia o horizonte da diferença absoluta, da singularidade real que presida uma análise.

Mantendo o corpo em cartaz, vamos encerrar, hoje, o semestre trazendo questões sobre o corpo do mestre. Continue lendo “O corpo do senhor – Psicanálise e Política – Seminário da EBP-Rio (quarto encontro)”

Quando o mestre mata – Psicanálise e Política – Seminário da EBP-Rio (terceiro encontro)

O que segue não reproduz o encontro, são notas prévias preparadas pelos coordenadores. O evento pode ser assistido no link abaixo:

https://drive.google.com/file/d/1hSU1nZzStofQVDBau9Sdl9H6D7pgBXjW/view?usp=sharing

https://drive.google.com/file/d/1gvGct7a0HP71OIaV0gjYBdgDPBPh2awm/view?usp=sharing

Nossas premissas

Queremos investigar o que seria a função do Imaginário na política. Lembramos que, para Lacan, o imaginário é o registro do que há de mais concreto em uma análise, a consistência do corpo. Nesse sentido, deslocamos ligeiramente o foco. Não estaremos centrados noque há de negatividade nos conceitos que nos orientam:sujeito, sinthoma, singularidade, desidentificação, por exemplo. Buscaremos o modo como eles se articulam com o imaginário do corpo.

Faz sentido porque o espírito da época não é de negatividade. A subjetividade da época é intoxicada e intoxicante, é doexcessoe nãoda falta. A ideia é acolheressa concretude, essa onipresença do imaginário, às vezes de modo bem rígido sem, entretanto, supor que ele seria necessariamente inviável para a clínica analítica.

É pensar (e clinicar) nesse mundo e não pensar (e clinicar) esse mundo.

Nos termos de Lacan com relação aos três registros no Seminário 23 (referidos ao nó borromeano), nossa aposta seria a de pensar o imaginário não como excludente com relação ao simbólico e ao real. Ao contrário, examinar o modo como a consistência (imaginário) do corpo e dos coletivos hoje pode dar lugar ao que é furo, por definição sempre diferente de si mesmo (simbólico) e à ex-sistência (real), por definição àquilo que, “de fora”, determina o que acontece no espaço subjetivo e/ou coletivo.

Então, partimos da ideia de levar a sério o imaginário hoje. O fato de pertencer a um grupo, de se identificar por um atributo e de ganhar com isso uma serie de hábitos, modelos, sins e nãos. Pertencer a um grupo, identificar-se, mesmo que ocorra muitas vezes de forma rígida pode salvar vidas em tempos necropolíticos. Continue lendo “Quando o mestre mata – Psicanálise e Política – Seminário da EBP-Rio (terceiro encontro)”

Psicanálise e Política – Seminário da EBP-Rio – segundo encontro

Interseccionalidade lacaniana

O que segue não reproduz o encontro, são notas prévias preparadas pelos coordenadores. O evento pode ser assistido no link abaixo:

https://drive.google.com/file/d/1okDGOR_Ddbwff9hHSlvJdE7AMVM0GQtU/view?usp=sharing

Abertura

Marcus

Hoje, pensamos em dedicar nosso encontro a examinar o lugar da interpretação analítica na cidade a partir das premissas avançadas no primeiro encontro. Elas são tomadas de posição, definem em vez de problematizar, para que a gente possa se apoiar nelas afim de problematizar o que queremos, a possibilidade de uma ação política lacaniana. Recapitulo rapidamente:

1) Partimos do aforismo “O inconsciente é o discurso do Outro”, no sentido em que a partir do discurso vigente, o inconsciente é aquilo que nesse discurso não cabe, que resta, em seus desvãos, como virtualidade de transformação em potencial. Continue lendo “Psicanálise e Política – Seminário da EBP-Rio – segundo encontro”

Psicanálise e política – Seminário da Diretoria da EBP-Rio – Primeiro Encontro

Segundas às 20hs (21/3, 18/4, 30/5 e 20/6)

coord: Renata Mendonça e Marcus André Vieira
Vídeo:
https://drive.google.com/file/d/1GwMOkFFOpmVvaouz_DuD8diXiOwJxzZy/view?usp=sharing

Áudio:
https://drive.google.com/file/d/1-mupS_SUWrkSMiWC7RBn7Am0WeUEo9DC/view?usp=sharing

A seguir notas dos coordenadores e trechos selecionados do encontro

O imaginário dos corpos falantes

(primeiro encontro)

Marcus André: Bem-vindos, Recebi o convite para coordenar este seminário da EBP-Rio com alegria, mais que necessária nesse momento uma reflexão sobre as relações entre psicanálise e política. Minha decisão principal foi a de convidar alguém “de fora” da Seção, Renata Mendonça. Ela é psicanalista em Belo Horizonte, pesquisadora do coletivo Ocupação PSILACS-de UFMG e uma das responsáveis pelo Ateliê Psicanálise e Segregação da EBP seção Minas. Como se vê ela não é tão de fora assim. Fora do Rio, sim, mas não do nosso campo. Poderíamos dizer que ela é “êxtima”, mas esse termo vem fácil demais em nosso campo e é preciso sempre lembrar que a extimidade é uma prática e não uma posição fixa. Então, prefiro dizer de outro jeito. É muito bom que possamos ter uma discussão pautada por referências que nem sempre frequentamos na nossa comunidade, a da EBP/AMP, referências mais diretamente implicadas no tema da segregação. Aliás, segregação me parece suave demais para situar a desigualdade tão violenta de nosso país, por isso a referência à escravidão e ao racismo é essencial. Não dá para pensar em política em nossas terras de outro modo. Vamos lá? Continue lendo “Psicanálise e política – Seminário da Diretoria da EBP-Rio – Primeiro Encontro”

Apresentação Psicanálise e política – Seminário da Diretoria da EBP-Rio

Segundas às 20hs (21/3, 18/4, 30/5 e 20/6)

  1. Identificar-se com seu sinthoma

Uma análise trabalha por redução. Nossos dramas vão se decantando em cenas primordiais, articulando as fixações matrizes do nos foi constituindo ao longo da vida.

A conclusão da análise passa por uma desrealização dessa matriz, a fantasia, uma vez que essa redução permite-nos entrar em contato com o que dá vida não é capturado por ela e segue nos excedendo indefinidamente. Tendemos a destacar como poder “fazer com” esse gozo sem rima nem razão, gozo do sinthoma, tal como a ele se refere Lacan, abre-nos a uma maior possibilidade de viver cada encontro em sua contingência e surpresa, mas não há contingência sem alguma regularidade, não há laço sem coesão. Não há laço sem Outro, mesmo que relativamente inconsistente. Neste sentido, “Identificar-se com seu sinthoma”, essa indicação de Lacan nos impede de tomar uma análise apenas no registro da desidentificação. Afinal, o que seria uma vida que prescindisse do imaginário, das particularidades? No mínimo insossa. É preciso identificar-se, mas nesse caso, será bem mais identificar-se de outra maneira, com o seu sinthoma, indo ao encontro de uma identificação singular que implica os laços e faz laço, em um novo momento em que o sujeito lida com seu corpo, com o seu sinthoma, sem tentar escapar de seus furos, mas, se havendo com eles de um modo único. Continue lendo “Apresentação Psicanálise e política – Seminário da Diretoria da EBP-Rio”

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