Ainda tendo a letra como âmago de nosso trabalho, estamos sob os efeitos da memorável noite de biblioteca, com a participação de nosso colega mineiro, Gilson Iannini que nos brindou com comentários sobre o Além do Princípio do Prazer, em sua edição crítica bilíngue. Destaco o final do texto, quando Freud nos aponta o caminho possível à psicanálise: “O que não podemos alcançar voando, precisamos alcançar mancando” e finaliza “A Escritura diz: mancar não é pecado”. Trecho este citado por um judeu ateu, que se inspirava no poeta alemão Rückert tradutor do Alcorão, e, assim, tenta se desculpar por ter largado, de certa forma, a mão da ciência e trazer à cena analítica a pulsão de morte recorrendo à poesia mítica.
Por Ruth Helena Pinto Cohen
Diretora da EBP-Rio