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Ser mãe – mulheres psicanalistas

falam da maternidade

.

São Paulo: Escola Brasileira de Psicanálise, 2015

Lançado originalmente em francês, os textos desse livro foram produzidos

a partir do debate que aconteceu no ano passado em Paris, em torno das

Jornadas da ECF. A organizadora, Crhistiane Alberti convidou várias

mulheres psicanalistas para discutir diversos aspectos que envolvem os

sintomas contemporâneos da maternidade, dentre os quais estão a demanda

de filho dirigida à ciência, a tendência a uma certa maternização do mundo,

a homoparentalidade, o

burn-out

das mães, a negação da gravidez, entre

outros. Os autores deste livro são convidados a questionar em que medida as

mudanças no mundo contemporâneo afetam o desejo de ser mãe.

T.N.M.P.

No prelo (para o congresso da AMP – Rio).

Lacan, J.

O Seminário, livro 6:

O desejo e sua interpretação

.

Rio de Janeiro: Zahar, 2016

Seminário 6

de Lacan, finalmente no Brasil, em português! Tão conhecido

de todos... Porém, “O desejo e sua interpretação”, quem há de resistir a ele?

Inúmeras são as razões.

O desejo, anteriormente articulado nos

Seminários IV e V

, em “Função e

Campo da fala e da linguagem” e “A direção do tratamento...”, toma agora

outro rumo. Lacan quer interpretá-lo. Melhor caminho que o do sonho? Dois

sonhos, o do pai morto, de Freud, e o da tosse, de Ella Sharpe, que Lacan

interpreta, com muita originalidade, pela dialética do próprio sonho com a

fantasia - a resposta subjetiva ao encontro com o ponto de pânico, aquele que

gera “abolição do sujeito e apego ao objeto imaginário”, diz Miller, citando

Lacan (

Opção Lacaniana

, p.31). Lacan ressalta que a fantasia é o lugar onde o

sujeito encontra resposta para sua questão com relação ao desejo (33).

Por outro lado, Lacan se utiliza dos personagens shakespearianos de

Hamlet - por excelência, uma tragédia do desejo -, para analisar o papel que

desempenham como objetos a do desejo. “S

er ou não ser

” objeto do desejo? O

que será, que será que ele tem de tão trágico como “metonímia da falta-a-ser?

E se é metonímico, como interpretá-lo? Lacan só nos oferece uma saída: “o

desejo implica uma relação com o objeto através da fantasia” e é exatamente

ela e seus objetos reais, em “estreita relação com a pulsão vital do sujeito” (34),

que propiciam a possibilidade de interpretação e ao corte da sessão como

forma mais eficaz de interpretação. Algo inusitado até então.

Em tempos de

falasser

/corpo falante, “O desejo e sua interpretação”, por já

ter passeado pela EBP em seu melhor estilo francês, será saudado e acolhido

afetuosamente, em terras brasileiras, em sua tradução para o português.

Imperdível:

para quem transita bem no idioma francês, uma interessantíssima

entrevista concedida por

Jacques-Alain Miller e Clotilde Leguil

a Philippe Petit,

da France Culture por ocasião do lançamento do livro na França: http://www.

franceculture.fr/emissions/les-nouveaux-chemins-de-la-connaissance/lacan-

le-desir-dans-tous-ses-etats

Claudia Aldigueri Rodriguez

[correspondente da Seção SP]